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Por Redação O Sul | 29 de fevereiro de 2016
A relação do vírus zika com a microcefalia é apenas a ponta do iceberg do surto causado pelo mosquito Aedes aegypti. É dessa maneira alarmante que a oftalmologista Camila Ventura, da Fundação Altino Ventura, sediada em Pernambuco, apresentou dados do estudo feito com 142 bebês com alteração de fundo de olho causados pela infecção.
A especialista, que esteve à frente da primeira equipe a identificar a relação do zika com as alterações oculares e sonoras, alertou no Congresso de Oftalmologia Regenerativa, realizado em Recife (PE), que mesmo o bebê nascido após nove meses de gestação com 32 centímetros de perímetro encefálico – mínimo considerado normal para o tamanho da cabeça – pode ser mais uma das vítimas do vírus.
Cegueira
“Muitas das crianças que nós estamos acompanhando não são microcéfalos, elas têm uma desproporção crânio facial. Ou seja, podem ter o perímetro da cabeça em tamanho adequado. Mas após uma ressonância, foi identificado que esses bebês têm uma calcificação [área morta] no cérebro”, explicou Camila. “Se nada for feito, essas crianças terão cegueira ou uma baixa de visão severa.” A médica alerta ainda que a saúde pública não está apta para realizar os exames de diagnóstico dessas lesões.