Mundo 183 brasileiros foram localizados no Nepal; não há notícias de mortes
Por Redação O Sul | 28 de abril de 2015
Dos 211 brasileiros que estavam no Nepal (Ásia meridional) durante o terremoto ocorrido no sábado (25), 183 foram localizados pelo Itamaraty, pela embaixada ou pelas próprias famílias. E muitos já começaram a chegar ao País.
O empresário Marcelo Gama estava no Nepal na hora da tragédia. Na noite de segunda-feira (27), ele voltou para Vitória (ES), onde reencontrou familiares. Na chegada, primeiro Marcelo abraçou a filha e, depois, contou que nunca esquecerá o que viveu no Nepal. “De duas em duas horas tinham novos tremores, ficou todo mundo assustado. E as pessoas ficaram ali na rua, tentando descansar, mas você não consegue dormir em uma situação dessas”, declarou. Laurandy Rendis, também do Espírito Santo, agora está aliviada. A filha, Camila, não dava notícias, mas na segunda-feira ligou e disse que está bem.
O Ministério das Relações Exteriores divulgou dois números de emergência para onde é possível ligar a fim de obter informações sobre brasileiros no Nepal. Ligações no Brasil: (61) 8197-2284. Já para contatos no Nepal, o número é: + 9771 472-1378. Também é possível conferir uma lista com informações sobre desaparecidos e sobreviventes clicando no endereço familylinks.icrc.org/nepal-earthquake/en/Pages/Home.aspx. Do lado esquerdo da página, ao clicar em “search”, pode-se acessar os nomes das pessoas desaparecidas e daquelas que comunicaram que estão vivas. Do lado direito, em “register”, é possível comunicar que alguém está vivo ou desaparecido.
A Cruz Vermelha brasileira lançou uma campanha para arrecadar fundos para as vítimas do sismo. Quem quiser contribuir pode doar por meio dos seguintes dados: Cruz Vermelha Brasileira – CNPJ: 33651803/0001-65 – Banco Bradesco, agência 1276/conta corrente 15513-6.
Resgate
As equipes de resgate seguem tentando realizar as buscas por vítimas do terremoto nas zonas mais remotas do país. Mais de cinco mil pessoas morreram em decorrência do tremor – o balanço oficial contabiliza 5.057 óbitos e aproximadamente dez mil feridos.
“Recebemos pedidos de ajuda de todas as partes, mas ainda não conseguimos iniciar o resgate em muitas áreas porque não temos equipamento e socorristas com experiência”, disse o primeiro-ministro nepalês Sushil Koirala, para quem a ajuda às vítimas representa um “enorme desafio”. Koirala também afirmou que o número de mortos pode chegar a dez mil.
As condições meteorológicas ruins em grande parte das áreas afetadas pelo sismo complicaram muito os trabalhos de resgate fora da capital Katmandu, de acordo com o ministro de Conservação do Solo e das Florestas do Nepal, Manesh Acharya. Helicópteros MI 17 enviados pela Índia não conseguiram chegar às zonas mais prejudicadas por causa do mau tempo, segundo Acharya.
Grupos enviados por Índia, Paquistão, Estados Unidos, China, Japão, Inglaterra e Israel estão no Nepal para ajudar, escavando toneladas de escombros em busca de milhares de pessoas ainda desaparecidas, informou nesta terça-feira (28) a ONU (Organizações das Nações Unidas). Cães farejadores e máquinas pesadas também auxiliam nos trabalhos de resgate.
Após cinco horas, socorristas nepaleses e franceses retiraram um homem de 28 anos dos escombros de um prédio residencial em Katmandu. Rishi Khanal passou mais de 80 horas em um quarto com três mortos. “Ele parece ter sobrevivido por pura força de vontade”, disse o médico Akhilesh Shrestha.
Pacotes com remédios e equipamentos sanitários foram entregues no domingo (26) pela OMS (Organização Mundial da Saúde) a hospitais no Nepal. Os artigos servirão para atender 40 mil pessoas durante três meses. Além disso, a OMS desembolsou 175 mil dólares como uma primeira doação de emergência para que se atendam às necessidades de saúde mais urgentes dos afetados.
A organização não governamental World Animal foca os esforços em resgatar animais em zonas de desastre. Na avaliação da entidade, 30% dos rebanhos nepaleses morreram no terremoto, mas veterinários salvaram 25 mil animais, de bois a cães.
Catástrofe
Esta é a maior catástrofe no Nepal nos últimos 80 anos. O terremoto de 7,8 graus de magnitude também afetou a Índia, onde morreram 73 pessoas, e a região chinesa do Tibete – 25 mortos. Oito milhões de pessoas foram afetadas pelo devastador tremor, estimou a ONU. O Nepal tem quase 28 milhões de habitantes.
Muitas regiões do país precisam de água e alimentos, enquanto milhares de pessoas invadem lojas e postos de gasolina de Katmandu. Mais de 1,4 milhão de pessoas necessitam de comida, água e abrigo, de acordo com informações da ONU. Quase um milhão de crianças precisam de ajuda urgente, conforme o Fundo para Crianças das Nações Unidas.
Muitos tentam deixar a capital nepalesa, isso porque novos abalos foram registrados após o grande sismo de sábado – mais de 60 tremores secundários – e não está descartada a hipótese de um novo forte terremoto. Em razão do tremor, ocorreram diversas avalanches no monte Everest, onde 18 alpinistas morreram.
