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Por Redação O Sul | 21 de julho de 2018
Com a evolução dos meios eletrônicos de pagamento, cerca de 4% da população brasileira já não usa mais dinheiro vivo na hora de fazer compras ou quitar contas, mostra uma pesquisa feita em abril e divulgada nesta semana pelo BC (Banco Central).
O mesmo levantamento, realizado a partir de entrevistas com 2.000 pessoas e estabelecimentos comerciais, revela ainda que o uso do cartão de débito superou o de crédito entre os mais citados. A última pesquisa similar feita pelo BC, em 2013, mostrava que 100% dos entrevistados diziam usar, entre diversas opções apresentadas, também dinheiro nas transações, conforme o jornal Folha de S.Paulo.
No levantamento atual, 96% dos pesquisados assinalaram essa opção, o que mostra que o uso de meios eletrônicos, como cartões de débito e de crédito, vêm avançando entre os consumidores e até substituindo o pagamento em espécie.
O uso do cartão de débito foi o que mais cresceu.
Em 2018, 52% dos ouvidos na pesquisa disseram que usam esse meio para pagar suas contas. Em 2013, esse percentual era muito menor, de 35%.
Esse salto fez o débito superar o uso do cartão de crédito, que é citado por 46% dos entrevistados. Em 2013, esse percentual era de 39%.
No balcão, o comércio relata movimento parecido.
Segundo os estabelecimentos entrevistados pela pesquisa, os pagamentos em dinheiro representam 50% do faturamento, ante um percentual de 55% em 2013.
Enquanto o cartão de débito elevou sua fatia de fluxo de caixa dos lojistas de 14% para 20% atualmente, a participação do cheque caiu dois pontos percentuais, passando a representar 1% das vendas.
O chefe-adjunto do Departamento do Meio Circulante do BC, Fábio Bollmann, afirma que será preciso esperar a próxima pesquisa para confirmar essa tendência de redução do uso de dinheiro como forma de pagamento.
“Essa é uma questão também cultural”, declarou Bollmann à Folha. “A Suécia, por exemplo, que é um país europeu de alta renda, praticamente não usa dinheiro. Mas a Alemanha, que também é um país europeu de alta renda, usa muito”, completou.
Quando a pergunta foi sobre qual o meio de pagamento mais usado, sem outras opções na mesa, o dinheiro é citado por 60% dos entrevistados.
O cartão de débito aparece em segundo lugar, com 22%, e em terceiro lugar o de crédito, com 15%.
“Quanto menor o valor, mais frequente o pagamento em dinheiro. Geralmente, despesas do dia a dia são pequenas”, disse Bollmann.
Outra informação trazida pelo levantamento é que hoje 48% da população recebe o salário ou pagamento por meio de depósito em conta-corrente, poupança ou salário. Há cinco anos, eram 30%.
“Houve uma evolução, mas chama a atenção o fato de que 29% das pessoas ainda recebem seus pagamentos em dinheiro”, apontou o técnico do BC.
De acordo com a pesquisa, 54% dos entrevistados portam moedas para fazer pequenas compras ou dar troco. Dos que guardam moedas, 59% as mantêm por até um mês, e 21% entre mais de um mês e até seis meses.
Segundo o BC, há mais de 8 bilhões de moedas fora de circulação no Brasil.