Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo A acusação de assédio a um aluno pela professora de uma universidade nos Estados Unidos fez um grupo de intelectuais sair em defesa dela

Compartilhe esta notícia:

A filósofa Avital Ronell, implicada no processo, é homossexual. (Foto: Reprodução)

O caso parece uma história familiar, mas de cabeça para baixo: Avital Ronell, uma renomada professora de Alemão e Literatura Comparada na Universidade de Nova York (NYU, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, foi considerada culpada de assédio sexual contra o ex-estudante de graduação Nimrod Reitman.

Baseada na legislação que protege estudantes contra esse tipo de investida no ambiente educacional norte-americano, uma investigação de 11 meses declarou Ronell, descrita por colegas como “uma das poucas filósofas célebres neste mundo”, não culpada de assédio sexual, mas sim responsável por abuso físico e moral: o seu comportamento foi “fortemente invasivo, com o objetivo de alterar as condições do ambiente de ensino para Reitman”.

Como resposta, a universidade suspendeu Avital do próximo ano acadêmico. De acordo com o relatório da investigação, Reitman afirmou que foi assediado durante três anos, exibindo e-mails em que era chamado de “o mais adorado”, “bebezinho fofo” e “meu lindo Nimrod”.

Após a universidade divulgar a punição, um grupo de 50 intelectuais saiu em defesa de Avital, enviando uma carta à NYU. Dentre eles estão alguns dos principais teóricos da atualidade sobre feminismo, como Judith Butler, influente pesquisadora sobre questões de gênero. Também assina a carta o filósofo esloveno Slavoj Zizek, pesquisador renomado e um dos mais proeminentes defensores dos direitos humanos.

“Apesar de não termos acesso ao dossiê da investigação, nós trabalhamos com Ronell e conhecemos sua relação com os alunos”, afirmaram os professores no texto. “Alguns de nós também conhecem o indivíduo que empreendeu essa campanha maliciosa contra ela. Somos testemunhas do caráter e do comprometimento intelectual de Avital Ronell e pedimos que seja julgada de acordo com sua reputação internacional”, completaram eles.

Reitman, que tem agora 34 anos e é um pesquisador visitante em Harvard, afirma que a professora o tocava e o beijava constantemente, dormia em sua cama com ele, pedia que ele se deitasse na cama dela, segurava sua mão, enviava mensagens e ligava constantemente.

E o que é pior: recusando-se a trabalhar caso o estudante não atendesse a esses pedidos. Ele conta que tinha medo da professora e do poder que ela exercia sobre ele, e, frequentemente, concordava com o comportamento que o fazia se sentir violado.

Os problemas começaram, de acordo com Reitman, em 2012, quando ele foi convidado por Ronell para passar alguns dias com ela em Paris. O estudante alegou que a professora, após pedir que ele a fizesse companhia em seu quarto, começou a beijá-lo. Na manhã seguinte, a professora teria sido confrontada por ele: “O que aconteceu ontem não é certo”.

Ainda de acordo com o estudante, situações parecidas aconteceram na volta para Nova York, quando em outubro de 2012 Avital permaneceu em seu apartamento durante uma semana ao se abrigar do furacão Sandy, apesar de suas objeções. Ele teria sido assediado durante esse período constantemente, segundo o próprio.

Avital, no entanto, afirmou que só permaneceu duas noites após o furacão, a convite do Reitman. A investigação concluiu que não havia evidências suficientes para declará-la culpada de abuso sexual, em parte por não haver testemunhas dos acontecimentos.

Gays

Para tornar a história ainda mais inusutada, Reitman é agora casado com um homem. Avital, 66 anos, também é homossexual, e nega as acusações de assédio.

“Nossas comunicações, que Reitman classifica como assédio sexual, foram entre dois adultos gays que têm em comum uma herança israelense, bem como uma propensão para comunicações exuberantes e exageradas vindas de passados e sensibilidades”, frisou ela em um comunicado para o jornal “New York Times”.

Reitman também afirmou que Avital praticou retaliações pelas queixas que fez do seu comportamento, inclusive ao enviar cartas de recomendação negativas para possíveis empregadores do jovem, a fim de frustrar suas opções de emprego. O relatório da investigação, no entanto, declarou que as cartas de recomendação enviadas por Ronell “eram comparáveis às de outros ex-alunos”, o que lhe assegurou duas bolsas de pós-graduação.

Junto da suspensão, que a universidade nunca anunciou publicamente, a NYU está investigando outras alegações de retaliação por parte da professora. Um porta-voz da instituição, John Beckman, afirmou que a universidade era “solidária” a Reitman pelo que ele tinha passado.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

O Ministério Público Federal incluiu as empreiteiras Odebrecht e OAS como testemunhas em ação contra o deputado cassado Eduardo Cunha
Brasil e França discutem suspeita de propina na escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016
https://www.osul.com.br/a-acusacao-de-assedio-a-um-aluno-por-professora-em-universidade-nos-estados-unidos-fez-um-grupo-de-intelectuais-sair-em-defesa-dela/ A acusação de assédio a um aluno pela professora de uma universidade nos Estados Unidos fez um grupo de intelectuais sair em defesa dela 2018-08-16
Deixe seu comentário
Pode te interessar