Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de fevereiro de 2019
A Airbus anunciou que vai parar de produzir o A380, o maior avião de passageiros do mundo, informam as agências internacionais de notícias nesta quinta-feira (14). O último modelo será entregue em 2021. A gigante da aviação decidiu encerrar a fabricação do superjumbo após seu maior cliente dessa aeronave, a Emirates, reduzir pedidos e substituí-los por modelos menores e mais econômicos.
“Não temos nenhuma base para sustentar a produção, apesar de todos os nossos esforços de vendas para outras companhias aéreas nos últimos anos”, disse Tom Enders, CEO da Airbus, segundo informa a rede “CNN”. O A380 chegou ao mercado há 14 anos, em uma gigantesca aposta da Airbus.
A empresa entregou 234 superjumbos até hoje, menos de um quarto dos 1.200 que previa vender. A Emirates tem 100 A380 em sua frota. O avião pode transportar mais de 800 passageiros.
Os planos da Airbus foram prejudicados por companhias aéreas que voltaram atenções para jatos de passageiros mais leves e mais econômicos. “O anúncio é doloroso para nós e para as comunidades do A380 em todo o mundo”, disse Enders. “Mas os A380 ainda voarão por muitos anos e a Airbus continuará apoiando as operadoras do A380”.
Boeing 747
Não é preciso ser um apaixonado por aviões para conhecer, ainda que de nome, o Boeing 747, o avião que “encolheu o mundo”. Esse gigante, apelidado de Jumbo e de “rainha dos céus” – avião é uma palavra feminina na língua inglesa –, representou tamanha mudança de patamar na aviação global que acabou popularizando, ao menos para a classe média de alguns países, as viagens intercontinentais.
Há 50 anos, em 9 de fevereiro de 1969, ele levantou voo pela primeira vez da fábrica da Boeing em Everett (Washington), no oeste dos EUA. O prédio, aliás, é o maior do mundo em volume, com 13 milhões de metros cúbicos – cabe uma Disneylândia inteira dentro – e foi erguido precisamente para abrigar a construção de um gigante do porte do 747, que tem altura máxima equivalente a um edifício de seis andares.
Foi o primeiro avião do mundo a ter dois corredores, o chamado widebody (fuselagem larga), e isso permitiu um ganho de capacidade da ordem de 250% em relação ao jato que substituía, o 707.
“Com esse ganho monumental de capacidade, os custos unitários caíram”, afirma Gianfranco Beting, consultor em aviação e autor de uma enciclopédia dedicada ao 747 a ser lançada em abril. “Ele é um avião que encolheu o mundo.”
Desenvolvido em 16 meses pelo time da Boeing, o 747 nasceu do rescaldo do projeto de um cargueiro militar para o governo americano, cuja concorrência a fabricante perdera no início dos anos 1960. Apenas a tecnologia dos motores foi aproveitada na nova aeronave.
“Ele mostrou que aviões poderiam ser maiores do que muitos pensavam ser possível”, afirma a historiadora Janet Bednarek, historiadora da Universidade de Dayton especialista em aviação. “E se tornou o símbolo máximo do glamour da era dos jatos.
Boeing e Airbus sempre competiram com visões diferentes para o futuro da aviação. Enquanto a americana priorizava a velocidade, a europeia pensava no tamanho. Foi o que levou a Airbus a desenvolver um avião que fosse ainda maior que o 747 – nascia o Airbus A380, que entrou em operação em 2007 com capacidade para 575 passageiros.