Sexta-feira, 29 de março de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

| A ameaça atômica do cacareco

Compartilhe esta notícia:

(Foto: Divulgação)

Com o propósito de dar um marco que regrasse a vida de um país que saía, ferido da cruenta Guerra Civil entre sulistas e nortistas, souberam os norte-americanos encontrar George Washington, primeiro presidente, com diretrizes amparando um modelo centralizador (ainda assim muito menos que o nosso atual em que Brasília manda e não pede).

Tiveram a sorte e mesmo juízo do lado de pragmática competência, quando ainda lambiam as feridas profundas e não bem cicatrizadas da Guerra da Secessão; nela, como ocorre quase sempre, quem ganha (?), normalmente é por pouco, com muitos danos e sofrimento e quem perde, se não é tudo, é de quase tudo, restando dores, mágoas e prejuízos, combustíveis poderosos para alimentar a vingança.

O destino, porém, foi atento e apesar de revanches locais e retalhações furiosas, prosseguiu-se no compromisso da sociedade consigo mesmo: seguir o caminho desenhado pelos “País da Pátria”, respeitáveis e respeitados.

Surgiu, no mapa da negociação, quem tinha consciência de que acabara a luta armada e que o país só seria o que sonhavam os patriotas de verdade, se juntassem as partes conflitadas. Mais do que isso: UM GRANDE PAÍS!

E toca a Jefferson (Thomas) liderar caminhos de armadilhas, armadas por sulistas (que não aceitavam a derrota) e por nortistas (para quem, vitória seria exterminar os “inimigos ainda que conterrâneos”).

Eleito (o 3º Presidente), sob sua liderança firme, enxergando além do horizonte belicoso, estimula e participa do ato que dá certidão de batismo ao país, mesmo passando pelo risco de sofrer uma partenogênese, dividindo-se. Apequenado, em dois grupos radicais que não se apercebiam que uma nova guerra seria o fim da NAÇÃO que, teoricamente “queriam criar”, o bom senso triunfou impedindo que os movidos pelo ódio tentassem matar o nascituro na difícil gravidez do seu renascimento.

A Constituição, anunciada pelos “constituintes amadores”, escrita no limite exíguo – mas satisfatório – dos conceitos amplos da democracia, da liberdade, dos direitos civis, mas também dos isonômicos deveres, fez-se sonho realista para regrar duradoura a vida de um país que soube – pelo povo e pelos seus líderes – ouvir a convocação para um novo tempo de cidadania, ao soar o sino símbolo da Filadélfia.

Agora, tanto tempo passado – na história veloz da rotina diária – como no recente – se buscarmos localizar e entender origens das origens – há, conhecida mas não reconhecida por fanáticos anacrônicos anti Tio Sam, uma liderança dos Estados Unidos – que já foi maior – na Economia, no arsenal bélico, na pesquisa científica, no complexo empresarial, no artístico e cultural etc. Foi e é consequência de um povo que construiu uma história de progresso alicerçado, em boa parte, nos valores do puritanismo pragmático.

Esse povo, que se multiplica para chegar a trezentos milhões de pessoas; que rejeita a impunidade; que confia na Justiça; que tem um enfoque das coisas e das gentes um tanto quanto nebuloso quando não consegue livrar-se do pecado coletivo do preconceito contra as minorias (particularmente os negros); de mesmo tendo diante de si os atentados homicidas – em especial nas escolas, vitimando sobretudo crianças – teimosamente insiste em garantir o direito de acesso às armas, como se fosse um pré requisito “imexível” da cidadania etc etc.

Esse povo, que construiu um país líder, no qual os méritos de cidadania superam, visivelmente, manchas negativas que servem para mostrar que a espécie humana nunca será perfeita, está a evidenciar a prática do absurdo grupal mais surpreendente da atualidade.

Como é possível que um bufão (Donald Trump), grosseiro e grotesco, explorando um nacionalismo doentio, tenha batido candidatos de respeitável currículo nas prévias Republicanas? Que esperam os eleitores norteamericanos de um candidato, que se propõe a construir um MURO na fronteira mexicana, como se assim evitasse o contágio deletério com os vizinhos astecas? Não se estão apercebendo esses partidários que a “brincadeira”, iniciada nove ou dez meses atrás, de apoiar um Cacareco (rinoceronte do zoológico paulista que, na década de cinquenta do Século passado, por deboche e protesto, o mais votado para a Câmara de Vereadores) passou dos limites?

Ao ver que, nas mais recentes pesquisas, Trump chega a ter 42% de preferência (isso, numa eleição onde o voto não é obrigatório, como nos Estados Unidos, pode significar cinquenta ou até sessenta milhões de votos), será fruto da desinformação? Do desinteresse? Do repúdio à classe política? De desagrado com o Governo Obama, principalmente culpando-o pelo desemprego? Ou de nada disso? Ou de tudo isso?

E não nos esqueçamos que, neste mundo globalizado, a escolha do Presidente ianque não é, para nós estranho, especialmente se a população de la eleger um “falso palhaço” que é também um bem sucedido “fraudador imbecil” que já disse, entre outras coisas, irresponsáveis e desrespeitosas, que a América Latina é um “quintal dos fundos, que não se vê e que não tem razão alguma de ser vista”.

Que ele possa ter uma crise de lucidez e equilíbrio, duvido muito. A minha esperança é que o povo, chegando a hora da verdade, remeta-o de volta as suas empresas sonegadoras e semifalidas.

Pena que não tenha um pré-impeachment. Trump seria o modelo PERFEITO para testá-lo, antes que ele possa decidir sobre uma guerra nuclear de extermínio.

Carlos Alberto Chiarelli, Doutor em Direito

cagc@gmail.com

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de |

Michel Temer editou a medida provisória para “comprar” os dias de folga de servidores da Polícia Rodoviária Federal
Celulares de marcas menos populares estão conquistando mais consumidores
https://www.osul.com.br/a-ameaca-atomica-do-cacareco/ A ameaça atômica do cacareco 2016-10-22
Deixe seu comentário
Pode te interessar