Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2016
A Anistia Internacional publicou um relatório alertando para o risco de aumento da violência policial e de violações de direitos humanos durante a Olimpíada 2016, no Rio de Janeiro.
Segundo Atila Roque, diretor-executivo da entidade, a principal preocupação é a violência nas favelas e a repressão a manifestações. “Durante a Copa do Mundo de 2014, houve um aumento de 39,4% nos homicídios decorrentes de intervenção da polícia, em relação ao ano anterior; desde então, fizemos várias recomendações, mas pouco mudou”, disse. “Ao ser escolhido para sediar os jogos, o Brasil se comprometeu a deixar um legado em segurança, mas não deveria ser um legado de militarização e suspensão de direitos nas favelas.”
O Rio deve contar com 85 mil agentes de segurança durante os jogos, mais que o dobro do efetivo usado nos Jogos Olímpicos de Londres, na Inglaterra, em 2012.
A dois meses do início da competição, Roque disse que ainda há tempo de implementar algumas medidas. Ele citou como exemplo o fortalecimento de um programa de monitoramento do uso de armas pelos policiais cariocas. A crise financeira do Rio é outro fator de preocupação. “Se houver precarização das condições de trabalho ou atraso de salários [dos policiais], as tensões vão aumentar”, prevê. (Folhapress)