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Mundo A Argentina tem tido um papel central na ofensiva contra o governo da Venezuela, ao lado de Brasil, Colômbia e Chile, dada a forte sintonia que existe entre os presidentes Mauricio Macri, Jair Bolsonaro, Iván Duque e Sebastián Piñera

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Bolsonaro e presidentes sul-americanos assinam a Declaração de Santiago no início do Prosul. (Foto: Marcos Corrêa/PR)

A Argentina tem tido um papel central na ofensiva contra o governo chavista, ao lado de Brasil, Colômbia e Chile, dada a forte sintonia que existe entre os presidentes Mauricio Macri, Jair Bolsonaro, Iván Duque e Sebastián Piñera, respectivamente. Uma eventual vitória nas eleições argentinas de 27 de outubro do peronista Alberto Fernández, líder da chapa em que a ex-presidente Cristina Kirchner é candidata a vice, no entanto, alteraria o esquema de alianças regionais e enfraqueceria o Grupo de Lima, principal mecanismo diplomático da frente anti-Nicolás Maduro, afirmaram analistas. As informações são do jornal O Globo.

Em seu último comunicado, o Grupo de Lima, formado por 14 países das Américas, a grande maioria alinhada aos EUA de Donald Trump, rejeitou a iniciativa da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela de antecipar as eleições legislativas como manobra para enfraquecer a atual Assembleia Nacional, controlada pela oposição.

Busca de equilíbrio

Não haveria, segundo os especialistas, consenso para comunicados sobre decisões de instituições venezuelanas, já que a Argentina adotaria uma posição mais moderada. O grau de moderação, apontou Michael Shifter, presidente do Inter-American Dialogue, centro de estudos em Washington, dependerá da disputa de poder entre a ala kirchnerista mais radical e o peronismo mais cauteloso de Fernández. O candidato já se referiu ao governo do presidente Nicolás Maduro como “autoritário” e o acusou de cometer “abusos”, discurso que caiu mal entre alguns kirchneristas. Cristina, por enquanto, optou pelo silêncio.

“Não vejo um governo de Fernández assinando comunicados do Grupo de Lima, mas tampouco rompendo com a região. Deverá ser construído um equilíbrio”, afirmou Shifter.

Um eventual governo peronista e kirchnerista também implicaria, coincidiram os analistas, num alerta para presidentes de centro-direita sobre a rapidez com que se pode perder o poder caso promessas de campanha, sobretudo em matéria econômica, não sejam cumpridas. A Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) reduziu recentemente para 0,5% a perspectiva de crescimento da região em 2019, frente ao 1,3% que estimou em abril passado. No caso do Chile, por exemplo, a projeção é de crescimento de 2,8%, abaixo do esperado pelo Palácio de la Moneda. Em junho passado, o presidente Piñera demitiu seis ministros na tentativa de relançar seu governo e reverter a perda de popularidade.

“O que está acontecendo na Argentina foi visto como um alerta. Os cidadãos estão avaliando seus governantes pelos resultados e isso é preocupante para a direita chilena”, comentou Marco Moreno, professor da Faculdade de Ciência Política da Universidade do Chile. “O governo Piñera teme um efeito contágio e, ao mesmo tempo, vê seu projeto de ser uma liderança de direita na região, seu Prosul, ir por água abaixo”, acrescentou Moreno, referindo-se ao fórum criado em março passado em contraposição à União de Nações Sul-Americanas, a Unasul.

Modelo uruguaio

Na opinião de Maria Regina Soares de Lima, professora da pós-graduação do IESP (Instituto de Estudos Sociais e Políticos) da UFRJ, com Fernández no poder o Grupo de Lima e projetos como o Prosul de Piñera perdem força, as posições sobre Venezuela se equilibram e a agenda de Trump para o continente fica abalada. Na mesma linha de pensamento, Roberto Russell, professor da portenha Universidade Di Tella, acredita que “uma Argentina governada por Alberto Fernández terá posições mais moderadas e não alinhadas com os EUA”.

“Vejo uma Argentina mais próxima do México de Andrés Manuel López Obrador, mas também tentando manter uma boa relação com Brasil e Chile. Não vejo respaldo a iniciativas como o Prosul nem o reconhecimento a Juan Guaidó”, disse Russell, em referência ao presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, proclamado por ela “presidente encarregado” do país.

Apesar da antiga amizade entre as famílias do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez e de Kirchner, as primeiras declarações de Fernández anteciparam um endurecimento do discurso que não foi bem recebido em Caracas.

“Houve eleições na Argentina, fico feliz pelo esforço e valentia do povo argentino. Espero, Deus querido, não me enganar e que a quem estão elegendo não pense que está sendo eleito por ele mesmo”, declarou Diosdado Cabello, militar reformado, integrante da Constituinte convocada por Maduro e homem forte do seu regime.

Uma Argentina governada por Fernández poderia agir de modo similar ao Uruguai de Tabaré Vázquez, que recentemente passou a condenar as violações dos direitos humanos cometidas pelo governo Maduro, mas não reconhece Guaidó como presidente interino.

tags: Brasil

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