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Brasil A assessora da vereadora assassinada no Rio falou pela primeira vez após o ataque: “Foi um barulho rápido”

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A assessora foi a única sobrevivente do crime que matou Marielle (foto) e o motorista no Rio. (Foto: Reprodução)

A coisa de sobrevivente me marcou muito. Porque eu queria a Marielle viva. Porque eu queria o Anderson vivo. Porque sobreviver é uma coisa muito cruel. Por que eu preciso sobreviver? Que coisa horrenda é essa? Que violência é essa?”

O Fantástico entrevistou a única sobrevivente da ação que resultou na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, na última quarta-feira (4). Sem falar o nome nem mostrar o rosto, ela se disse “despedaçada” pelo que ocorreu. “Eu estou apavorada. Eu estou despedaçada.”

Ela afirmou ter ouvido uma rajada e não ter se dado conta, inicialmente, de que Marielle havia sido assassinada. A assessora pensava se tratar de um tiroteio na região por onde passava.

Foi um barulho forte, um barulho rápido. Foi uma rajada de um segundo. Tá, tá, ta, tá. Nada mais.”

Aproximação dos criminosos

“Eu não percebi. Estávamos olhando o celular. Um minuto antes, eu vi a Marielle comentar uma coisa que eu não consigo me lembrar, mas foi algo do tipo: ‘eita’…. Mas um comentário muito tranquilo. Não sei se foi um ‘eita’ ou um ‘vixi'”. (…) Eu me lembro do momento dessa interjeição … exatamente nesse momento eu ouvi uma rajada que vinha daqui do meu lado direito… lateral e por trás.”

“Barulho forte”

“[Depois da rajada], eu imediatamente me abaixei na mesma hora. Achei que ela estava abaixando junto comigo. Foi um barulho forte, mas rápido. Tá, tá, tá, tá. [Vi] o vidro quebrando e eu não tinha nem certeza qual era o vidro. Na hora, eu pensei: tô passando por um fogo cruzado. Tô abaixada, eu gritava. E eu perguntava: ‘que isso, gente? O que esta acontecendo?’ Nesse momento, o Anderson fez assim: ‘ai’ Eu não vi o que que era. Eu não vi se veio de um carro, de uma moto, de nada… eu não sei de onde veio isso.”

Carro em movimento

“Eu percebi que o Anderson, logo depois desse ‘ai’, ele soltou… eu tava bem agachada, e percebi que os braços [do Anderson] que seguravam o volante caíram. Aí eu fui direto na marcha, tentar colocar a marcha em ponto morto. Eu percebi que o carro estava indo pra esquerda. Puxei a marcha para o ponto morto. Segurei o volante com minha mão esquerda. Eu estava espremida entre os dois bancos da frente, segurei o volante, puxei o freio de mão e o carro foi parando. O carro não estava muito rápido. Ele parou logo. Eu saí do carro rastejando.”

Ensanguentada

“O carro estava bem colado na calçada e eu já saí em cima da calçada e com medo de estar numa zona de conflito, tiroteio. Eu fui percebendo que não tinha tiroteio, e sinalizando para os carros que estavam passando e gritando por socorro: ‘Tiros, socorro’. Nesse momento chegou uma mulher, foi um anjo, me acalmou. Eu só queria ligar para o meu marido e para a ambulância. Ela falou: ‘se acalma, você não ta sentindo nada? Você esta muito ensanguentada’. Eu fui me dar conta que eu estava muito ensanguentada.”

Recado para o marido

“Eu estava muito focada em pegar meu celular, chamar a ambulância e chamar meu marido. Nem sei como eu falei com ele. Eu devia estar muito desesperada nessa hora. Estava muito trêmula. Estava difícil falar. Estava difícil segurar o celular. Estava tudo muito difícil. Eu mandei uma mensagem de áudio pra ele na hora que eu achei meu celular. Só queria dizer que eu estava bem. Que ele ficasse em casa com a nossa filha.”

“Pensei que estivessem desmaiados”

[Inicialmente, pensei que] A Marielle estava desmaiada, o Anderson estava desmaiado. [Quando percebeu que estavam mortos] Foi no momento que a polícia chegou e chegaram notificando alguma central e olhando a cena e comunicando: são dois mortos e uma sobrevivente. A coisa da sobrevivente me marcou muito. Porque eu queria a Marielle viva. Porque eu queria o Anderson vivo. Porque sobreviver é uma coisa muito cruel. Por que eu preciso sobreviver? Que coisa horrenda é essa? Que violência é essa?.”

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https://www.osul.com.br/a-assessora-da-vereadora-assassinada-no-rio-falou-pela-primeira-vez-apos-o-ataque-foi-um-barulho-rapido/ A assessora da vereadora assassinada no Rio falou pela primeira vez após o ataque: “Foi um barulho rápido” 2018-03-18
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