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Brasil A autossuficiência do novo superministro da Economia, Paulo Guedes, já provoca ciumeira

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Ministro Paulo Guedes defende desvinculação de receitas. (Foto: Divulgação)

Após recrutar seus auxiliares sem fazer concessões a palpites alheios, o futuro superministro Paulo Guedes (Economia) ultrapassa os limites de suas chinelas em incursões pelo campo minado da política. Sua movimentação provoca uma ciumeira no escritório de transição de governo. Ali, avalia-se que o Posto Ipiranga de Jair Bolsonaro opera como se desejasse abrir uma filial no mundo da política, estabelecendo relações diretas com o Congresso.

Num instante em que Onyx Lorenzoni, futuro chefe da Casa Civil, monta um time de parlamentares barrados nas urnas para ajudá-lo na coordenação política, Paulo Guedes entregou a poltrona de Secretário Especial de Previdência ao deputado não-reeleito Rogério Marinho (PSDB-RN). Enquanto Onyx ergue barricadas contra Rodrigo Maia e Renan Calheiros, Guedes constrói pontes com os candidatos favoritos ao comando da Câmara e do Senado.

Nas palavras de um dos náufragos eleitorais selecionados para o time de Onyx, Paulo Guedes comporta-se como “um craque fominha de time de futebol, do tipo que acha que pode cruzar a bola e correr para cabecear na grande área.” Alijados da composição da equipe ministerial de Bolsonaro, líderes de partidos com pendores governistas enxergam na dualidade de comandos um prenúncio de curto-circuito.

Em privado, o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira, declara-se surpreso com o tamanho da ambição de Paulo Guedes. Diz ter ouvido do futuro ministro o desejo de aprovar rapidamente no Congresso emendas à Constituição tão complexos quanto a reforma da Previdência e a eliminação das chamadas despesas constitucionais obrigatórias.

A ideia de Paulo Guedes seria eliminar os percentuais fixos de gastos em áreas como Saúde e Educação. Os investimentos nesses setores deixariam de ser vinculados à receita corrente líquida do governo e passariam a ser corrigidos apenas pela inflação. Michel Temer tentou mexer na Previdência e sonhou com a eliminação das despesas constitucionais obrigarias. Fracassou. Desunido, o time de Bolsonaro entra em campo com aparência com disposição para marcar muitos gols. Contra.

Reeleição de Maia

Sem aval do presidente eleito, Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, já começou a trabalhar pela reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara dos Deputados.

O chefe da equipe econômica do novo governo tem medo de que sua proposta de reforma da Previdência não avance no Congresso Nacional e orientou deputados a conversarem com Maia, que já se disse convergente com essa agenda.

“O Guedes falou comigo. Sabia que eu ia jantar com o Rodrigo [Maia] e disse: ‘fala que tenho muito apreço por ele, pelo nome dele e pela pessoa dele e acho que ele poderia colaborar muito com o novo governo”, relata o deputado federal eleito Alexandre Frota (PSL-SP).

Guedes e Rodrigo Maia têm amigos em comum e conversam frequentemente por telefone. Assim como empresários e investidores, Maia diz ter votado em Bolsonaro por causa do ministro da Economia do presidente eleito. Guedes defende reformas estruturais e privatizações — bandeiras conhecidas do deputado —, apesar de ainda não ter apresentado o conteúdo dos projetos.

Bolsonaro já disse publicamente que não vai interferir na eleição para o comando da Câmara dos Deputados, que será renovado em fevereiro, e que, na sua opinião, há “outros bons nomes”, além de Maia, na disputa.

A orientação do presidente eleito é que seu partido só defina quem vai apoiar após sua posse, em 1º de janeiro, mas Guedes resolveu atuar no varejo, conversando individualmente com os deputados do PSL. Os filhos de Bolsonaro Eduardo e Flávio têm dado declarações públicas contra a candidatura de Maia. Segundo eles, deputado e senador eleitos, respectivamente, o atual presidente da Câmara representa a velha política à qual seu pai é refratário.

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