Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 17 de janeiro de 2019
A Bolsa brasileira fechou acima de 95 mil pontos nesta quinta-feira (17), renovando máxima histórica, em meio a otimismo de investidores com a reforma da Previdência e notícias de que outras pautas liberais do governo Bolsonaro seguirão no debate. Uma melhora no cenário externo ao longo do pregão também ajuda o mercado local.
O Ibovespa, principal índice acionário do País, avançou 1,01%, a 95.351 pontos. O giro financeiro foi de R$ 15,9 bilhões. Durante a manhã, a Bolsa chegou a operar em queda, contagiada pelo pessimismo com o cenário econômico externo. Ações de Petrobras, Vale e do setor financeiro puxam a alta do índice.
Investidores têm se mostrado otimistas com as discussões sobre a reforma da Previdência conduzida no País. O governo afirma que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) embarcará para o Fórum Econômico Mundial, em Davos, já com um texto para analisar. O evento ocorre na próxima semana.
Ajudou o mercado ainda a perspectiva que Paulo Guedes apresentará, no mesmo evento, o plano de privatizações do governo.
No exterior, a maioria dos índices europeus e asiáticos fechou em queda, mesma direção de abertura das Bolsas americanas, que agora operam com leve alta.
Para o economista-chefe da Guide Corretora, Victor Candido, resultados consistentes reportados por algumas empresas americanas ajudaram a alta.
O dólar, que avançou quase 1% ante o real, perdeu força e fechou cotado a R$ 3,7480 (+0,32%). O dia foi negativo para emergentes, com a maioria das moedas perdendo valor para o dólar.
Ações da Taurus
As ações da fabricante de armas brasileiras Taurus foram uma das que mais se valorizaram no ano passado na bolsa brasileira. Suas ações ordinárias subiram 180% em 2018, enquanto as preferenciais chegaram aos 130%. Por isso, muitas pessoas ficaram surpresas com a queda abrupta dos papéis após a flexibilização da posse de armas no País.
Na última terça, o presidente da República, Jair Bolsonaro, assinou o decreto que facilita a posse de armas no País, uma de suas promessas de campanha. No mesmo dia, as ações da Taurus entraram em queda na bolsa.
Após uma desvalorização de quase 40%, os papéis preferenciais da empresa voltaram a subir nesta quinta-feira (17), e fecharam em alta de 13,98%. Segundo especialistas, a volatilidade dos ativos da companhia e o otimismo excessivo foram as principais causas para essa movimentação.
Outro fator que explica essa oscilação é a possibilidade de entrada de concorrentes da Taurus no mercado brasileiro. A empresa pode não ser a principal favorecida por um eventual movimento neste sentido. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, já sinalizou uma abertura do mercado de armas, que traria uma concorrência forte para a fabricante brasileira. O mesmo já ocorreu com outras empresas “queridinhas do mercado”.
As movimentações dos últimos dias seguem esse aspecto volátil. As pessoas tendem a comprar quando cai e vice-versa. A própria Tauruspar Paricipações S.A., controladora da Taurus Armas, vendeu 260 mil ações ordinárias da fabricante brasileira, 0,56% do total e 923 mil preferenciais, 3,27% do total, no dia em que o decreto foi assinado. Essa volatilidade ajuda a explicar um pouco da subida nesta quinta-feira.
Além disso, muitos investidores tiveram uma “excesso de otimismo” com relação ao assunto. Apesar de o presidente facilitar a posse – direito de ter uma arma em casa – existia também uma expectativa em torno da flexibilização do porte – direito de andar com uma arma na rua – e das vendas de armas também, o que, ao não ocorrer, pode ter ajudado na queda das ações.
Diferentemente da posse, o porte é um assunto que vem sendo tratado com mais cautela pelo governo. O ministro Sérgio Moro (Justiça), ainda na terça-feira, negou que houvesse um movimento para sua flexibilização.