Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 1 de abril de 2019
A Caixa Econômica Federal já começou a convidar bancos de investimento para apresentar propostas para coordenar a venda de sua participação de cerca de R$ 9 bilhões na Petrobras, disse uma fonte com conhecimento do assunto nesta segunda-feira (1º).
A agência de notícias Reuters informou em fevereiro que a Caixa estava perto de vender uma fatia de 2,3% na petroleira. A oferta pode envolver cerca de R$ 9 bilhões.
Representantes da Caixa não comentaram o assunto.
A venda das participações na Petrobras será o segundo grande desinvestimento do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que assumiu o comando em janeiro.
No mês passado, a Caixa vendeu uma participação de 2,4 bilhões de reais na resseguradora IRB Brasil Resseguros. A Caixa também pretende listar pelo menos quatro unidades: asset management, cartões de crédito, loteria e seguros.
Na sexta-feira (29), o banco estatal informou um lucro líquido recorrente de R$ 12,7 bilhões em 2018, 40% acima do registrado no ano anterior.
Lotéricas
A Caixa Econômica Federal, a maior instituição financeira brasileira em ativos (R$ 2,277 trilhões), pretende utilizar sua rede de mais de 13 mil lotéricas conveniadas espalhadas por todo o País para expandir sua oferta de serviços sociais e de produtos financeiros.
Em entrevista coletiva, realizada na última sexta-feira, em São Paulo, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, lembrou que atualmente as Loterias são concentradas em fazer jogos e receber pagamentos (boletos e contas de água, luz e telefone). “Que as Loterias façam mais que jogos e pagamentos, temos a oportunidade para microsseguros, cartões, cartão consignado, microcrédito”, apontou.
Para falar sobre o potencial, Guimarães comparou, por exemplo, que o volume em microcrédito da Caixa era de apenas R$ 80 milhões. “Só o Banco do Nordeste possui R$ 4 bilhões. É inaceitável, que a Caixa, com o porte nacional que possui, tenha 50 vezes menos em microcrédito que um banco regional”, disse.
O executivo também observou que a Caixa é o maior pagador de benefícios do Instituto Nacional de Seguridade Social e não possui um cartão de empréstimo consignado como seus principais concorrentes. “Nós vamos ter um cartão para consignado”, comentou Guimarães.
Em sua apresentação à imprensa, o executivo citou o “gigantismo” dos números da Caixa. “Temos 100 milhões de contas, 96 milhões de cartões de débito, 26 mil pontos de atendimento”, destacou o presidente do banco público.
Ainda sobre o tamanho de toda a estrutura da Caixa, Guimarães contou que “encontrou” uma gerência de wealth management (gestão de patrimônio) com atuação em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais com mais de R$ 120 bilhões em carteiras administradas. “Temos o cliente, que é o mais difícil, e às vezes, não temos o produto”, referindo-se ao potencial.