Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 1 de julho de 2018
Agências do governo chinês anunciaram na última quarta-feira (27) que vão limitar os salários de seus atores e atrizes para impedir evasões fiscais e o “culto ao dinheiro”. Segundo reportou a agência oficial Xinhua, o governo pretende com essa medida promover o “desenvolvimento saudável da indústria cinematográfica” da China. As informações são da revista Veja.
De acordo com a medida, as estrelas de cinema e televisão terão seus salários limitados a 40% de todo o custo da produção e os atores principais não poderão receber mais que 70% do restante do elenco.
Altos salários
O governo diz que é preciso acabar com os altos salários na indústria e com os contratos “yin e yang”, em que atores supostamente assinam dois contratos com salários diferentes, mas só apresentam o de valor mais baixo para o governo. Trata-se de uma tática para reduzir os impostos recolhidos.
Os casos de contratos “yin e yang” e de evasão fiscal surgiram no mês passado. Em maio, o apresentador Cui Yongyuan revelou que o contrato da famosa atriz Fan Bingbing supostamente seria de 1,6 milhão de dólares (aproximadamente 6 milhões de reais). Em seguida, Cui postou nas redes sociais uma nota sobre as celebridades que utilizavam os contratos “yin e yang” como meio de cometer o crime fiscal.
Os estúdios em que Fan trabalha negaram que a atriz realize evasão fiscal e ameaçaram processar o apresentador por ter revelado o contrato.
Em junho o governo começou a investigar “casos de evasões fiscais de certos filmes e profissionais de TV alegadas em discussões on-line”.
“Esses problemas não só empurram os custos de programas de televisão e produções de filmes para cima, como afetam a qualidade da criação, destroem a saúde da indústria cinematográfica e cria uma tendência de adoração ao dinheiro”, reporta a agência oficial. O governo afirma que as produções cinematográficas devem reforçar o benefício à sociedade mais que as bilheterias e classificações.
Indústria
Embora não seja tão grande quanto Hollywood, nos Estados Unidos, e Bollywood, na Índia, a indústria de filmes chinesa caminha para se tornar uma das maiores do mundo, segundo especialistas. Ela já realiza produções conjuntas com o gigante de Los Angeles, como o filme A Grande Muralha, estrelado pelo ator norte-americano Matt Damon.