Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil A crise pode ser a senha para que Pedro Parente deixe a Petrobras e assuma a chefia da BRF

Compartilhe esta notícia:

Parente disse que sua missão se encerraria com o fim do governo Temer. (Foto: Reprodução)

A imagem de Pedro Parente cabisbaixo e constrangido, renunciando ainda que pelos alegados 15 dias àquilo que o levou a aceitar dirigir a Petrobras, não poderia ser mais reveladora. Os caminhoneiros ganharam de novo.

Não há categoria com maior poder disruptivo no País, que acompanhou sua industrialização dos anos 1950 em diante com a implantação de uma vasta rede rodoviária em detrimento de opções mais lógicas, como o transporte ferroviário e a navegação de cabotagem.

A esquerda pode prometer parar o Brasil a cada líder seu que é impedido no cargo ou vai para a cadeia, para ficar no notório “exército do Stédile”, alardeado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou nos sem-teto paulistas arregimentados pelo MTST.

Mas é uma categoria aparentemente descentralizada, que poderia ser encaixada na direita do espectro político e que está preocupada com o próprio bolso quem detém essa capacidade. Em três dias, desabasteceu o Rio de Janeiro, obrigou a retirada de 40% dos ônibus das ruas de São Paulo, ameaçou paralisar o aeroporto de Brasília e paralisou 13 plantas da combalida produtora de alimentos BRF.

Foi assim em 1999, quando o governo Fernando Henrique Cardoso teve de negociar também um congelamento provisório do preço do diesel e de pedágios para liberar as estradas – na ocasião, ameaçou repetir o recurso às Forças Armadas que acionara na famosa greve dos petroleiros de 1995, mas isso está fora de questão em um governo politicamente morto como o de Michel Temer.

Dilma Rousseff também experimentou o gosto de lidar com os caminhoneiros em 2015, quando o componente político era mais exacerbado: os líderes do movimento eram favoráveis ao impeachment que já se desenhava.

Há outra questão subjacente à crise. A pressão e a concessão à interferência política na empresa que ele se orgulha de ter tirado do buraco de imagem deixado pela corrupção e má gestão podem levar Pedro Parente a sair mais cedo do cargo.

A BRF, empresa que em 2015 perdeu mais de R$ 150 milhões com a greve, está sem presidente-executivo efetivo desde que Parente foi eleito para dirigir seu Conselho de Administração no fim de abril, retirando o grupo do empresário Abilio Diniz que controlava o colegiado desde 2013.

Quando assumiu a Petrobras, Parente disse que sua missão se encerraria com o fim do governo Temer. A condição básica era independência total na gestão da petroleira, algo que agora foi submetido aos humores da realidade em um ano eleitoral.

Segundo pessoas ligadas à BRF, a empresa dificilmente poderia esperar até o fim do ano para ter um nome confirmado como seu novo CEO. O próprio fato de ela ter sucumbido por falta de insumos em tão pouco tempo reforça a avaliação de que a gestão precisa ser refeita.

Talvez a greve dos caminhoneiros e a concessão de Parente sejam a senha para que ele adiante os planos.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

A greve dos caminhoneiros atingiu o setor supermercadista, disse a Associação Brasileira de Supermercados
O chefe da Casa Civil voltou a falar na possibilidade de mudança na política de preços da Petrobras
https://www.osul.com.br/a-crise-pode-ser-a-senha-para-que-pedro-parente-deixe-a-petrobras-e-assuma-a-chefia-da-brf/ A crise pode ser a senha para que Pedro Parente deixe a Petrobras e assuma a chefia da BRF 2018-05-23
Deixe seu comentário
Pode te interessar