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Por Redação O Sul | 25 de setembro de 2017
A partir desta segunda-feira (25), os mutuários terão mais dificuldade em financiar a compra de imóveis usados. A CEF (Caixa Econômica Federal) reduziu para 50% do valor do imóvel o limite máximo de financiamento. Atualmente, os clientes poderiam financiar até 60% ou 70% do montante dependendo do tipo de linha de crédito contratada.
A redução vale para todas as modalidades, como Minha Casa, Minha Vida, empréstimos com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (que usa recursos da poupança).
Em nota divulgada na noite de sexta-feira (22), o banco informou que o novo limite vigorará para as futuras operações de crédito. As propostas em análise entregues até esta semana continuarão a operar sob os limites antigos, caso o empréstimo seja liberado.
Responsável por 70% do crédito imobiliário no País, a Caixa informou que a redução dos limites ajusta o capital disponível da instituição financeira às condições do setor, cujo volume de crédito está crescendo neste ano. De maio a julho, o valor das concessões de financiamentos com juros regulados – como os imobiliários – somou R$ 2,4 bilhões, alta de 24% em relação ao trimestre anterior (fevereiro a abril).
Imóveis novos
Num cenário de crescimento da demanda por crédito em meio a um capital limitado, a Caixa está dando prioridade aos financiamentos para a aquisição de imóveis novos. Em agosto, o banco tinha reduzido de 90% para 80% do valor da unidade o teto para a compra de imóveis novos e de 90% para 60% ou 70% o limite para a compra de imóveis usados.
Em maio, a Caixa tinha suspendido para o restante do ano a linha pró-cotista FGTS, que usa recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para o financiamento de unidades de até R$ 950 mil e cobra juros de até 8,66% ao ano de trabalhadores com carteira assinada.
O banco alegou falta de recursos e informou que a linha – a segunda mais barata depois do Minha Casa, Minha Vida – só será retomada em 2018.
PF
Na semana passada, a PF (Polícia Federal) deflagrou, a Operação Inimigo Oculto, para desarticular um grupo de criminosos responsável por desviar cerca de R$ 1 milhão da Caixa Econômica Federal. Três investigados são ex-prestadores de serviço do banco e teriam obtido os valores por meio da concessão fraudulenta de 46 empréstimos para familiares e amigos.
Além dos três mandados de prisão, a PF também cumpriu 30 de condução coercitiva e realizou buscas em três endereços residenciais – ações ocorreram no Centro de Brasília e no Entorno do DF, no Pará e na Bahia. A Justiça Federal também determinou o bloqueio da quantia de cerca R$ 950 milhões nas contas dos investigados.
Em nota, a Caixa Econômica Federal informou que “que coopera integralmente com as investigações das autoridades competentes”.
Como funcionava
Segundo a polícia, para viabilizar os empréstimos, os investigados usavam senhas de empregados da Caixa Econômica Federal e, assim, faziam a inserção indevida de dados no sistema, incluindo rendas fictícias – sem a apresentação de qualquer documento comprobatório.
Quando os empréstimos eram creditados nas contas escolhidas, os suspeitos faziam saques e transferências para evitar que a Caixa, como medida de segurança, bloqueasse os valores em uma possível identificação da fraude.
A PF informou que os alvos da operação foram indiciados por estelionato qualificado, falsificação de documento público, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A participação de funcionários do banco está sendo apurada.