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Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2018
A economia brasileira encolheu no segundo trimestre deste ano, segundo dados divulgados pelo BC (Banco Central) nesta quarta-feira (15). O chamado IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do BC) registrou queda de 0,99% na comparação com os três primeiros meses deste ano. Esse número foi calculado com “ajuste sazonal”, uma “compensação” para comparar períodos diferentes de um ano.
Segundo o Banco Central, essa foi a maior queda do IBC-Br desde o primeiro trimestre de 2016 – quando o indicador registrou um tombo de 1,51% na comparação com os três meses anteriores. Esse recuo, no segundo trimestre deste ano, aconteceu após uma expansão de 0,20% nos três primeiros meses de 2018 (número revisado) e uma alta de 0,76% no último trimestre de 2017.
O IBC-Br é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB (Produto Interno Bruto), que é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os números oficiais do PIB do segundo trimestre deste ano serão divulgados no dia 31 de agosto.
PIB x IBC-Br
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no País e serve para medir a evolução da economia. Em 2017, o PIB teve uma alta de 1%, após dois anos consecutivos de retração e, no primeiro trimestre deste ano, avançou 0,4% contra os três meses anteriores.
O cálculo do IBC-Br, porém, é um pouco diferente do usado no PIB. O indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos. Os resultados do IBC-Br nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais divulgados pelo IBGE.
Greve dos caminhoneiros
A prévia do PIB registrou contração no período em que aconteceu a greve dos caminhoneiros. A paralisação da categoria gerou uma crise no abastecimento em todo o País e falta de diversos produtos como, por exemplo, gás de cozinha, combustíveis, alimentos nos supermercados e querosene nos aeroportos. O Ministério da Fazenda estimou um prejuízo de R$ 15,9 bilhões na economia.
Após o movimento, analistas de mercado reduziram a previsão de crescimento do PIB para todo ano de 2018. Em março, os economistas dos bancos chegaram a projetar uma alta de 2,9% para este ano. Na semana passada, a estimativa de expansão para 2018 já havia recuado para 1,49%.
Junho, parcial do ano e resultado em 12 meses
Os dados do BC mostram que, somente em junho, o IBC-Br registrou uma alta de 3,29% ante maio. A comparação também foi feita após ajuste sazonal, considerada mais apropriada por analistas. Quando a comparação é feita com junho do ano passado (sem ajuste sazonal, pois são períodos iguais), houve um crescimento de 1,82%, de acordo com o Banco Central.
Na parcial deste ano, informou o BC, foi registrada uma expansão de 0,89% no indicador do nível de atividade da economia brasileira (sem ajuste sazonal) e, no acumulado em 12 meses até junho, houve uma expansão de 1,30% (também sem ajuste).
Definição da taxa de juros
O IBC-Br ajuda o Banco Central na definição dos juros básicos da economia. Atualmente, a taxa Selic está em 6,50% ao ano. Pelo sistema que vigora no Brasil, o BC precisa ajustar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas de inflação. Quanto maiores as taxas, menos pessoas e empresas ficam dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços baixem ou fiquem estáveis.
Para 2018, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Desse modo, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), considerado a inflação oficial do País, pode ficar entre 3% e 6%, sem que a meta seja formalmente descumprida.