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Opinião A Europa avança com o Mercosul no vácuo dos Estados Unidos

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A capacidade produtiva dos países do Mercosul deveria projetá-los em ótimas condições no mercado internacional. Porém, não superam a lentidão. (Foto: Reprodução)

Um dos aspectos mais relevantes do Acordo Mercosul-União Europeia está na sua natureza de contraponto à tática do presidente americano Donald Trump de usar o sistema de tarifas alfandegárias como parte da política de segurança nacional dos Estados Unidos. As informações são do jornal O Globo.

Com olhos na disputa pela reeleição, em 2020, Trump adotou como regra criar conflitos comerciais, a partir do aumento de impostos sobre mercadorias importadas. Provoca um clima político de tensão global para obter concessões tanto de países competidores dos EUA, como a China, quanto de aliados como México e Canadá.

A China se exercita num jogo de paciência, enquanto expande o seu poder e influência na Ásia e na África. E já iniciou negociações para um acordo monetário com a Rússia.

Na fronteira sul dos EUA, porém, a impulsividade de Trump induz a uma gradual desestabilização do México. Combinada com o agravamento da situação econômica e social em Honduras, Guatemala, El Salvador, Haiti, Cuba e Nicarágua, a Casa Branca se arrisca a fomentar uma situação crítica para todo o continente americano, que já convive com o drama da crise humanitária da Venezuela. É irrealista achar que os interesses estratégicos dos EUA ficariam incólumes a uma convulsão abaixo do Rio Grande.

Sob Trump, os Estados Unidos optaram pela unilateralidade com restrições comerciais a todos, até violando compromissos assumidos.

A Casa Branca perde tempo se entretendo em enjaular crianças, filhos de imigrantes, e erguendo um muro social para os vizinhos latinos, quando deveria ajudar a promover o desenvolvimento regional.

O resultado está na perda de espaço geopolítico também nas Américas, onde se assiste a uma inédita penetração diplomática, econômica e militar da China e da Rússia.

Em contraste, a Europa avança no vácuo criado pela letárgica e belicosa política externa da Casa Branca. “Consolidamos a posição de líder global em comércio livre e sustentável”, celebrou Cecília Malmström, comissária de comércio da UE, ao anunciar o acordo com o Mercosul. A saída dos EUA do Acordo de Associação Transpacífico (TPP), com onze países, abriu mais uma oportunidade para a União Europeia, que dinamizou negociações para tratados comerciais com Japão, Vietnã, Canadá, México, e agora Mercosul.

O Acordo Mercosul-União Europeia tem a característica de uma declaração política de uma comunidade de 780 milhões de pessoas, responsáveis por 25% do PIB mundial. Numa época de exacerbação de nacionalismos antiquados, e falidos, reafirma nas duas margens do Atlântico a aposta em valores da democracia liberal e na cooperação multilateral, balizada por direitos civis e pela proteção ao meio ambiente. Deveria inspirar Washington a revisar sua política para a região.

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