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Ciência A existência de vida na Terra só foi possível graças a uma colisão que formou a Lua

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O fenômeno aconteceu há 4,4 mil milhões de anos, segundo cientistas. (Foto: Reprodução)

A existência de vida na Terra só foi possível porque, há cerca de quatro mil milhões de anos, houve uma colisão entre o planeta azul e um outro planeta com um tamanho semelhante ao de Marte, o que levou à formação da Lua. Esta é a conclusão de um novo estudo divulgado recentemente pela publicação científica Science Advances.

De acordo com esta investigação, foi graças a esta colisão que foram introduzidos na Terra elementos voláteis como o carbono, o nitrogênio ou enxofre nas quantidades suficientes para que o planeta azul pudesse ser habitável. É que os planetas rochosos como é o caso da Terra não são ricos estes elementos.

O fenômeno aconteceu há 4,4 mil milhões de anos.

Os cientistas já sabiam que os elementos voláteis foram, de alguma forma, introduzidos na Terra. Mas o timing e o mecanismo através do qual isto aconteceu têm suscitado grande debate na comunidade científica.

Os investigadores acreditam que o estudo agora publicado apresenta o cenário que melhor explica o timing e o sistema através do qual ocorreu a introdução dos elementos voláteis na Terra. Os autores frisam que o estudo é consistente com as provas geoquímicas encontradas.

“O que descobrimos é que todas as provas são consistentes com um impacto que formou a lua e que envolveu um planeta do tamanho de Marte, volátil, com um núcleo rico em enxofre”, sublinhou Damanveer Grewal, que liderou o estudo.

“Este estudo sugere que um planeta rochoso semelhante à Terra tem mais chances de adquirir elementos essenciais à vida se se formar e crescer a partir de impactos gigantescos com planetas que tenham amostrado diferentes blocos de construção, talvez de diferentes partes de um disco protoplanetário”, acrescentou.

Para que a vida surja em um planeta que, de outra forma, estaria morto, uma variedade de compostos químicos é necessária, incluindo carbono, nitrogênio e enxofre. São os chamados elementos voláteis. O pensamento convencional diz que eles da Terra chegaram através do bombardeio constante de meteoritos antigos.

Para muitos astrônomos, geólogos e astrobiólogos, a noção de que os voláteis da Terra vieram trazidos por meteoritos primitivos nunca foi completamente satisfatória. Nosso planeta, junto com outros planetas rochosos no Sistema Solar interno, é naturalmente desprovido de voláteis. Acontece que a assinatura isotópica dos voláteis da Terra coincide com os observados nos condritos carbonosos, a classe de meteoritos tipicamente citados como sendo os distribuidores de voláteis para a Terra.

O problema é que as proporções de elementos – como a razão de carbono para nitrogênio e a razão de água para carbono – no silicato, no manto, na crosta, no oceano e na atmosfera da Terra estão fora de sintonia com o que é observado nos condritos, levando à chamada “crise isotópica”, e dúvidas sobre a teoria da semeadura por meteoritos.

O novo estudo é interessante na medida em que oferece uma solução para este problema. Em vez de invocar uma infinidade de pequenos ataques de meteoritos, os autores propuseram uma colisão única e gigantesca entre a Terra e um planeta antigo.

A base para essa afirmação vem de um experimento no qual os pesquisadores tentaram imitar as condições desse impacto no laboratório. O estudo envolveu experimentos de alta pressão e temperatura, juntamente com simulações de computador alimentadas com as informações coletadas desses experimentos. Através deste trabalho de modelagem, os pesquisadores procuraram determinar o tamanho e a composição química do planeta impactante para ver como seu reservatório de silicatos poderia se misturar com a Terra, fornecendo vários dos elementos essenciais à vida.

“Mais estudos desse tipo são necessários para entender como esses elementos se comportam, especialmente para os planetas com a massa da Terra”, diz Day. “No entanto, embora este estudo sugira o impacto com um corpo do tamanho de Marte, não é provável que esta seja a prova definitiva, tanto para como e quando os voláteis foram entregues à Terra, quanto para o tamanho do astro que colidiu para formar o sistema Terra-Lua.”

Mais provas serão necessárias para demonstrar a procedência dos voláteis da Terra – e também a natureza da formação da Lua. A hipótese do impacto gigante, proposta pela primeira vez pelo geólogo canadense Reginald A. Daly nos anos 1940, é uma das muitas, e o debate continua sem solução.

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