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Brasil A expectativa de crescimento de 3% no PIB do Brasil caiu pela metade

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Boatos sobre uma possível nova greve dos caminhoneiros disseminados pelo WhatsApp no fim de semana alarmaram a população. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

No fim do ano passado, quando o País ensaiava uma recuperação mais forte, analistas acreditavam que a eleição presidencial provocaria certa volatilidade na economia. Mas naquele momento se imaginava que o grau de incerteza provocado pelo pleito não impediria que o PIB (Produto Interno Bruto) crescesse perto de 3%. Em dezembro, levantamento feito pelo Valor Data entre 27 economistas indicava uma média de crescimento de 2,7% do produto, com expansão de 3% no consumo das famílias e de 6% no investimento.

No primeiro bimestre, o otimismo cresceu e a média das projeções para o PIB subiu um pouco mais, para 3%. Mas quando o mercado de trabalho empacou e as turbulências externas se tornaram mais evidentes, a confiança refluiu e as projeções passaram a cair. Em abril, o Itaú Unibanco alertava em relatório que os diversos indicadores do mercado de trabalho – Pnad Contínua, Caged, sondagem Seade/Dieese – mostravam um quadro menos sólido da população ocupada e dos salários reais. Naquele momento, as estimativas para o PIB caíam para cerca de 2%.

A greve dos caminhoneiros foi a gota d’água. A partir dela, uma onda de revisões levou a projeção do PIB em 2018 a 1,5% ou menos. O consumo das famílias e a formação bruta de capital fixo (FBCF, medida do que se investe em máquinas, equipamentos, construção e inovação) foram revisados para baixo, mas ainda devem puxar o crescimento em 2018. No primeiro caso, a expansão prevista saiu de 3% para 2%. No segundo, de perto de 7% para cerca de 3,5%. O setor externo e o consumo do governo devem dar contribuição negativa para o PIB. No lado da oferta, indústria e serviços também foram revisados para baixo com o menor dinamismo da economia.

A greve dos caminhoneiros embaralhou a leitura da atividade e, por isso, os pontos de atenção do segundo trimestre serão os investimentos e o consumo das famílias, pois são eles que darão a real dimensão do impacto da greve e o sinal de como será a recuperação da atividade num segundo semestre que tem a volatilidade cambial provocada pelas eleições como dificuldade adicional, na opinião de Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

“A boa notícia é que os dados que têm sido divulgados de junho para cá mostram que, apesar dos desdobramentos relacionados à tabela de frete, há uma certa resiliência positiva da economia, que está num ritmo de expansão similar ao de antes da crise”, diz. Ele cita como exemplos os dados de bens de capital e de veículos, relevantes por estarem diretamente relacionados à confiança dos empresários para investir e dos consumidores para tomar crédito. Ainda assim, sua estimativa para o PIB no ano foi reduzida de 2,5% para 1,6%.

Entre grandes instituições financeiras, há apostas mais baixas, como a do Bradesco (1,1%), JP Morgan (1,2%) e Itaú (1,3%).

Mais pessimista está o economista-chefe da gestora Mogno Capital, Vagner Alves, para quem o PIB deste ano deve crescer apenas 0,8%. A greve e a corrida eleitoral, diz, adiaram decisões de investimento e de consumo, determinando uma paralisia na atividade, com alguma aceleração só no fim do ano, puxada pela liberação de R$ 34,3 bilhões do PIS-Pasep.

“Temos a recuperação mais lenta da história. A ‘bagunça’ ainda é grande e a situação fiscal é muito pior que antes”. Alves diz ainda que a piora no cenário externo para os países emergentes tende a se agravar em 2019, ano que, para ele, ainda será de transição e de baixo crescimento.

tags: Brasil

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https://www.osul.com.br/a-expectativa-de-crescimento-de-3-no-pib-do-brasil-caiu-pela-metade/ A expectativa de crescimento de 3% no PIB do Brasil caiu pela metade 2018-08-29
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