Sexta-feira, 29 de março de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Google e Apple estão sob pressão para banir um aplicativo saudita que monitora mulheres

Compartilhe esta notícia:

Dispositivo teria 11 milhões de usuários e permitiria que homens impedissem viagens de parentes e esposas ao exterior. (Foto: Reprodução)

Um aplicativo do governo da Arábia Saudita colocou Google e Apple no centro de uma polêmica. Batizado de Absher, o dispositivo, descritos nas lojas de aplicativos como uma plataforma de governança virtual ligada ao Ministério do Interior saudita, permitiria o rastreamento de mulheres em tempo real por seus maridos e familiares.

Após questionamentos públicos, na última terça-feira (12), um senador americano cobrou das empresas o cancelamento do aplicativo. Sob pressão, o diretor executivo da Apple, Tim Cook, declarou que avaliará o caso.

O democrata Ron Wyden solicitou às duas empresas que o aplicativo seja banido de suas lojas virtuais para impedir o que chamou de “vigilância e controle repugnantes”. O congressista, em mensagem encaminhada a Tim Cook e ao diretor executivo do Google, Sundar Pichai, afirmou que o app vai contra “o tipo de sociedade que ambos afirmam apoiar e defender”.

Oficialmente, o Absher é um aplicativo de utilidade pública que auxilia em serviços como passaporte, carteiras de habilitação e certidões de nascimento, mas organizações pelos direitos humanos têm denunciado seu uso para controlar a população feminina.

Em entrevista à rádio americana NPR, Cook se comprometeu a avaliar se é o caso de retirar o Absher da App Store e declarou que não tinha conhecimento do caso, apesar de a história ter sido divulgada pelo site “Business Insider” dias antes.

Segundo o Ministério do Interior da Arábia Saudita, o aplicativo tem 11 milhões de usuários cadastrados. Desde seu lançamento, em 2015, foi baixado cerca de 4,2 milhões de vezes na loja da Apple e 5 milhões de vezes no Google Play, segundo dados da consultoria Apptopia. No ano passado, o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, foi recebido com honras na sede das duas empresas, no Vale do Silício.

Na Arábia Saudita, as mulheres não podem viajar sem a permissão de um “guardião” — no geral, um parente do sexo masculino. Por meio do Absher, eles recebem notificações sempre que o passaporte delas é utilizado. A ferramenta permitiria ainda restringir as datas nas quais as mulheres podem viajar ou mesmo proibir a saída delas do país junto às autoridades sauditas.

Ao jornal The Washington Post, a Anistia Internacional afirmou que o aplicativo fere os direitos da população feminina do país. “O uso do Absher no sentido de rastrear o movimento de mulheres reforça, mais uma vez, o sistema perturbador de discriminação feminina sob o sistema de guarda e a necessidade por reformas genuínas voltadas para os direitos humanos neste país.” A entidade cobrou ações de Google e Apple para mitigar os danos que o aplicativo pode causar às mulheres sauditas.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Ministro do Supremo não aceita a ação do governo gaúcho para suspender o reajuste automático dos salários dos juízes
A Justiça proibiu a entrada de crianças e adolescentes no centro de treinamento do Flamengo
https://www.osul.com.br/a-google-e-a-apple-estao-sob-pressao-para-banir-um-aplicativo-saudita-que-monitora-mulheres/ Google e Apple estão sob pressão para banir um aplicativo saudita que monitora mulheres 2019-02-13
Deixe seu comentário
Pode te interessar