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Brasil A greve dos caminhoneiros vai prejudicar o crescimento do PIB no segundo trimestre, dizem economistas

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Greve provocou desabastecimento em diversos setores da economia. (Foto: Reprodução)

A greve dos caminhoneiros, que completou dez dias nesta quarta-feira (30) e provocou desabastecimento em diversos setores da economia, deve prejudicar o crescimento do País no segundo trimestre, avaliam economistas ouvidos pelo portal de notícias G1. Alguns, inclusive, já reduziram a projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre e também do ano por causa da paralisação. Nos três primeiros meses do ano, o PIB cresceu 0,4%, na quinta alta seguida, mas a retomada ainda é considerada lenta.

O Santander reduziu a expectativa de crescimento do PIB do segundo trimestre de 0,8% para 0,2% e, no ano, de 3,2% para 2%. “Em nossa visão, esse evento terá um impacto significativo na atividade econômica”, escreveu o time de analistas comandos por Mauricio Molan, em relatório. “O esperado impacto negativo nos negócios e na confiança do consumidor também deve descelerar tanto o investimento quanto o consumo no segundo semestre”, acrescentou.

Para o analista Miguel Daoud, as incertezas provocadas pela greve, somadas ao ano eleitoral e aos impactos do cenário externo, fazem com que as estimativas para o PIB do ano como um todo fiquem prejudicadas. “Este não é um ano que eu diria que é para gente ter otimismo com o PIB. Está havendo muita volatilidade, muito sobe e desce.”

O Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da Fundação Getulio Vargas, pode reduzir a expectativa de crescimento deste ano para 1,9% por causa da greve dos caminhoneiros. Até então, a estimativa era de alta de 2,3%. “Essa confusão deve prejudicar bastante o PIB do segundo trimestre”, afirma a pesquisadora do Ibre Silvia Matos. Para o segundo trimestre, ela estimava um crescimento de 0,8%, 0,9%. “A manifestação dos caminhoneiros tem um efeito inflacionário, a alimentação deve sofrer um choque, e deve prejudicar o consumo das famílias.”

A visão é compartilhada por Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, que alerta ainda para os impactos negativos da Copa do Mundo na atividade econômica. “A greve já comprometeu 10 dias do mês de maio e vai comprometer boa parte do mês de junho e ainda tem o período da Copa. O segundo trimestre está praticamente 2/3 comprometido”, diz Agostini.

A previsão de crescimento da Austin Rating para o PIB do ano já estava em viés de baixa, e agora será reduzida de 2,8% para 2,3% devido à greve dos caminhoneiros. Segundo Agostini, com o cenário doméstico se revelando mais fraco do que o esperado, é possível que o Banco Central volte a discutir cortes na taxa básica de juros, a Selic, mesmo com o cenário externo agressivo e a valorização do dólar.

Para o economista Jason Vieira, da gestora Infinity Asset Management, os efeitos vão se prolongar para além do fim da greve. “Vai ter uma consequência e temos que olhar ainda para o ciclo de reposição [de produtos na economia]. Não é porque [a atividade dos caminhoneiros] está voltando no dia 30 que no dia 1° vai estar tudo funcionando”, diz.

Por enquanto, ele espera um crescimento de 2,9% no PIB do ano. “Vai ter uma revisão por causa da greve sim, mas como ainda não terminou, não será agora.” Vieira ainda não revisou o número do segundo trimestre, mas diz que espera uma contração do PIB de ao menos de 0,4%.

A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), Rebeca de La Roque Palis, diz que ainda não é possível mensurar qual será o impacto da greve, mas que certamente a economia brasileira será prejudicada.

“A gente ainda não tem nenhuma pesquisa conjuntural do IBGE que está retratando esse período. Além disso, ainda estamos no meio dessa turbulência e hoje é o último dia útil de maio, que vai trazer os resultados dessa greve”, diz ela.

Mas obviamente que vai ter efeito. É lógico que a parte do comércio deve ter um efeito significativo, e setores que também tiveram paralisação”, disse Palis. Ela destacou, ainda, que “os serviços pesam mais de 70% [do total do PIB] e os principais componentes dele são justamente os transportes e o comércio”.

A gerente de Contas Nacionais Trimestrais, Cláudia Dionísio, ressaltou que, “como tudo é muito interligado, a gente sabe que vai afetar um pouco de cada coisa”, mas que não é possível prever qual setor será o mais prejudicado. “Para saber qual vai afetar mais, a gente teria que ter uma ideia de medida. De fato, vai afetar como um todo. Agora o quanto e onde, a gente vai ter que esperar”.

Já o economista Roberto Luis Troster se mostra menos pessimista em relação ao impacto da greve na economia. Para ele, grande parte das perdas durante os dias de paralisação são recuperáveis. “Tem alguns prejuízos que são permanentes, mas a maior parte deles é recuperável”, diz.

“Tem que ver o que acontece depois da greve. Além da perda econômica, o governo sai mais fraco. E um governo fraco tem mais dificuldade de executar políticas econômicas, essa é a maior perda provável.”. Troster diz que, para o ano fechado, a previsão ainda é de crescimento, apesar da sensação de pessimismo causada pela greve.

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https://www.osul.com.br/a-greve-dos-caminhoneiros-vai-prejudicar-o-crescimento-do-pib-no-segundo-trimestre-dizem-economistas/ A greve dos caminhoneiros vai prejudicar o crescimento do PIB no segundo trimestre, dizem economistas 2018-05-30
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