Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 22 de fevereiro de 2019
O South China Morning Post, fechando o dia, manchetou que Estados Unidos e China estão “perto de esboço de acordo”. Mais especificamente, “Pequim deve anunciar uma grande compra de produtos agrícolas americanos” como parte do acerto. A guerra comercial entre Estados Unidos e China parece se aproximar do fim. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
O Financial Times, na mesma direção, manchetou que “Trump oferece ramo de oliveira à Huawei”, um sinal de paz à gigante de tecnologia, maior alvo das pressões americanas em meio à guerra comercial —a ponto de levar à prisão de uma diretora.
A aproximação veio após o Wall Street Journal noticiar que a Alemanha e em seguida “o mercado essencial de internet da Índia” haviam recusado as gestões dos EUA para banir a empresa. No título, “Campanha dos EUA contra Huawei cai cada vez mais em ouvidos surdos”.
A resistência de ambos e até do Reino Unido foi festejada pelo chinês Global Times/Huanqiu, na manchete “Aliados dos EUA racham”. Vangloriando-se, o jornal estatal reproduziu, de uma entrevista dada à BBC pelo fundador da empresa, Ren Zhengfei, o pai da diretora presa:
“O mundo precisa da Huawei porque somos mais avançados.”
O “ramo de oliveira” de Trump foi um tuíte em que pareceu concordar com Ren:
“Eu quero 5G nos EUA o mais rápido possível… As empresas americanas precisam acelerar os seus esforços ou ficar para trás… Eu quero que os EUA vençam através da competição, e não pelo bloqueio de tecnologias neste momento mais avançadas”.
Guerra fria do 5G
Em uma recente e extensa reportagem, o WSJ destacou a declaração de um executivo americano após dez anos na China: “Quando voltei aos EUA, foi como voltar à Idade da Pedra”.
E logo depois o jornal publicou o texto explicativo “Por que ser o primeiro em 5G importa”. Em suma: “Se os Estados Unidos não tivessem liderado o 4G, o país não dominaria a tecnologia móvel e as suas plataformas, como Instagram e até Facebook e Netflix, não teriam se tornado potências globais”.
Segundo o WSJ, a China deverá atingir cobertura nacional de 5G no ano que vem, com a Huawei. E os EUA, com AT&T e Verizon, só começam a lançar 5G, cidade por cidade, no final deste ano.
A imprensa chinesa, de sua parte, passou a reagir após a prisão da diretora financeira e filha do fundador da Huawei no Canadá, a pedido dos EUA, dois meses atrás. E agora está em plena campanha.
Em recente manchete do tabloide Huanqiu/Global Times, “Pequim se prepara para Guerra Fria da alta tecnologia”, depois que os EUA anunciaram prioridade e mais recursos.
Em editorial, o jornal chinês atacou as pressões americanas sobre os europeus aliados, contra o uso de equipamento da Huawei, comparando a submissão da Otan ao Pacto de Varsóvia.