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Brasil A história de uma jovem estuprada e torturada pelo padrasto por oito anos revoltou e mobilizou internautas

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A jovem Eva Luana da Silva, de 21 anos, denunciou, em seu perfil no Instagram, os oito anos em que sofreu abusos sexuais, tortura e agressões. (Foto: Reprodução/Instagram)

Na quarta-feira (20), a jovem Eva Luana da Silva, de 21 anos, denunciou, em seu perfil no Instagram, os oito anos em que sofreu abusos sexuais, tortura e agressões cometidas por seu padrasto. A estudante de Direito relatou que chegou a abortar “diversas vezes”. Sua história comoveu e revoltou internautas, repercutindo nas redes sociais por meio da hashtag #SomosTodasEva. As informações são do jornal O Globo.

Segundo a delegada Florisbela da Rocha, da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Camaçari, na Bahia, o padrasto da vítima teve a prisão preventiva decretada e as investigações foram encerradas. Ele está preso desde a última quinta-feira. O processo corre em segredo de justiça.

Até o início da tarde desta quinta-feira, segundo Rocha, ainda não havia aparecido advogado de defesa para o acusado na delegacia.

Eva Luana procurou a polícia no dia 30 de janeiro, quando prestou depoimento e pediu medidas protetivas para ela e sua mãe, que também sofria violência doméstica. Os agentes da Deam realizaram diligências e prenderam o agressor no último dia 13. De acordo com a delegada, mãe e filha estão recebendo atendimentos médico e psicológico.

Com uma adolescência marcada por abusos e ameaças, a vítima recebeu o apoio e incentivo de amigos para denunciar as agressões que sofria.

Colegas da vítima desconfiavam do que acontecia e a encorajaram a procurar ajuda. Ela tomou coragem”, contou Rocha.

Em seu perfil no Instagram, Eva Luana relatou que aos 12 anos começou a ser abusada sexualmente pelo padrasto, descrito como “obsessivo e ciumento” com a mãe dela, a quem também agredia. A jovem disse que sua vida era “uma prisão sem grade, literalmente”.

“Ele me agredia nos estupros, mas, depois de um tempo, só utilizou das ameaças contra a minha família. Eu era usada como um lixo. Já abortei diversas vezes. Nunca pude ir ao médico para fazer curetagem. Todas as vezes sangrava e passava mal a noite inteira. Já vi os bebês inteiros no vaso sanitário”, afirmou. “Minha mãe apanhou tanto que teve um parto prematuro. Meu irmão morreu depois de seis dias de nascido. Quando ela estava grávida dele, levou diversos chutes e joelhadas na barriga. Ele não queria mais um filho”.

A delegada que está com o caso ressalta que a violência doméstica por si só “é muito constrangedora”, porque as vítimas ficam muito próximas do agressor.

O dano psicológico agride muito mais do que o físico”, afirma Rocha.

Aos 13 anos, Eva Luana registrou ocorrência contra o padrasto pela primeira vez, mas acabou retirando a queixa pouco depois. Na rede social, a jovem contou que foi “obrigada a retirar a queixa” por “ameaças do padrasto”. A jovem escreveu ainda: “Ele utilizou o poder financeiro para comprar a liberdade e a minha alma. Porque ali eu perdi a minha alma. E o que eu fui denunciar, um ano de sofrimento, se multiplicou em mais oito”.

Ela desabafa ainda sobre como se sentiu desamparada: “Eu tinha certeza que seria salva por todos. Mas não foi o que aconteceu. O Estado falhou a tal ponto que o meu caso não chegou nem ao Ministério Público”.

Para a delegada, as ameaças às vítimas são uma característica comum do homem que pratica violência doméstica:

Ele tem em mente que vai vencer pelo medo”, diz. “Eu aconselho que esse seja o exemplo: procure a polícia, não deixe de procurar ajuda, porque a gente pode evitar muito sofrimento.”

Também na rede, a jovem conta que, apesar do medo, “lutou como uma garota”: “E vou continuar lutando por outras garotas. Se algo me acontecer, não terei dúvidas que tentei sair dessa e lutei essa guerra com todas as minhas forças”, disse Eva Luana. “Ele não pode sair impune, a justiça tem que ser feita o quanto antes”.

De acordo com o Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA), foi oferecida denúncia contra o padrasto da jovem, no último dia 11, por todos os crimes narrados pela vítima. Segundo nota do MPBA, foram requeridas a medida de busca e apreensão de provas e a prisão preventiva do acusado, que foi cumprida no último dia 13. Além da promotora de Justiça Anna Karina Senna, diz o MPBA, outras cinco promotoras foram designadas para atuarem na análise do inquérito.

A hashtag #SomosTodasEva vem sendo usadas por internautas, incluindo famosos, como forma de apoio à Eva Luana e a todas as mulheres que passam por vivências semelhantes.

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