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Você viu? A internet está fazendo os seres humanos perderem a memória

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Quantidade de informações disponíveis na rede faz com que o cérebro não considere útil gravar esses dados. (Crédito: Reprodução)

Confiar o armazenamento de dados importantes aos nossos dispositivos e à internet no lugar de guardá-los na cabeça está se tornando um sintoma de comportamento cada vez mais comum. Estudos científicos chamam esse fenômeno de “efeito Google” ou “amnésia digital”.

Utilizar um recurso externo para não precisar lembrar de algo não é exatamente novo. No entanto, quando informações importantes são confiadas ao mundo digital, há uma diferença na maneira como esses dados são acessados. “Para achar um dado em um livro, preciso saber qual é o livro e lê-lo até achar o que preciso. É um grande trabalho: por isso, muitas vezes retemos esses dados conosco para não ter de encontrá-los outra vez”, diz o pesquisador Adrian F. Ward.

Na internet, porém, basta um clique para vasculhar um sem-número de informações. Segundo Ward, o acesso rápido e a quantidade de textos fazem com que o cérebro humano não considere útil gravar esses dados, pois é fácil encontrá-los de novo rapidamente.

É o que mostra também uma pesquisa conduzida pela empresa de segurança digital Kaspersky, realizada com 6 mil pessoas em países da União Europeia. Ao receberem uma questão, 57% dos entrevistados tentam responder sozinhos, mas 36% usam a internet para elaborar sua resposta. Além disso, 24% de todos os entrevistados admitiram esquecer a informação logo após utilizá-la para responder a pergunta.

Ignorância
O problema pode ser mais grave do que se imagina. Além de recorrer à internet para guardar informações, muitas pessoas têm a impressão de que os dados on-line fazem parte de sua própria memória.

Em sua tese de doutorado na Universidade de Harvard (EUA), Ward fez o seguinte experimento: 155 pessoas foram divididas em três grupos para responder a um questionário com 10 perguntas de conhecimentos gerais. Um grupo não teria acesso ao Google para pesquisar respostas, enquanto os outros dois poderiam buscar soluções na internet – um deles, no entanto, receberia resultados falsos à correção de seus testes, acreditando que teriam 80% de aproveitamento.

Na sequência, Ward pediu para que os três grupos estimassem seu desempenho caso respondessem a um teste semelhante sem a ajuda da internet. O grupo que recebeu o feedback falso apostou que teria o melhor desempenho. “Aprender pode ser uma habilidade. Assim, é bom saber tanto o que se sabe como ter compreensão do que não se sabe. Com a internet sempre acessível, essa fronteira se torna borrada”, diz o pesquisador.

Educação
O “efeito Google” já tem suas consequências sendo sentidas na sala de aula, ao provocar mudanças na forma como crianças e adolescentes aprendem. “É difícil convencer os estudantes de que eles precisam guardar um dado, porque hoje a informação é uma commodity, que pode ser encontrada em qualquer lugar”, diz a pesquisadora em neurociência Kathryn Mills, da University College of London, na Inglaterra.

Ao usar a internet como fonte de informações, é fácil incorrer ao erro – ou encontrar um dado impreciso. Para a psicóloga Ana Luiza Mano, é importante que as escolas também se dediquem a ensinar como filtrar o que pode ser útil em meio a tantas informações disponíveis na rede.

Lados positivos
Segundo Claudio Martinelli, diretor da Kaspersky, o “efeito Google” também tem lados positivos, como o fato de que não precisar lembrar de todos os detalhes na hora de resolver um problema pode liberar a criatividade para encontrar a solução. “As informações estão todas a um clique, de forma que o cérebro pode fluir livremente”, diz ele.

E para quem ficou preocupado com o “efeito Google”, segundo os especialistas, há meios para conseguir reter as informações obtidas pela internet e exercitar melhor sua memória.

Atividades como ler e jogar xadrez são recomendações clássicas para manter o cérebro ativo. “Se o que você quer guardar faz parte dos seus interesses, tente se engajar com a informação, fazendo resumos ou escrevendo sobre o tema”, diz Ward. Além disso, ele provoca: “tente deixar seu smartphone em casa um ou dois dias da semana. Sem ele, você se torna dependente apenas da sua memória, o que pode ser bom para reter dados.” (AE)

tags: educação

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https://www.osul.com.br/a-internet-esta-fazendo-os-seres-humanos-perderem-a-memoria/ A internet está fazendo os seres humanos perderem a memória 2016-12-19
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