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Mundo A Justiça da Itália soltou a capitã que forçou a entrada de um navio com 42 imigrantes

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Carola Rackete é levada para depor em um tribunal da Sicília, na Itália. (Foto: Reprodução)

A Justiça da Itália determinou a libertação da alemã Carola Rackete, capitã do navio de resgate humanitário Sea-Watch 3, considerando que ela não violou a lei ao forçar a entrada em águas italianas da embarcação sob seu comando no último sábado. A bordo, estavam 42 imigrantes salvos no Mediterrâneo havia 17 dias. Sob frágeis condições de sobrevivência, eles permaneceram todo esse tempo à deriva, sem que nenhum país europeu autorizasse o seu desembarque.

Segundo a juíza Alessandra Vella, Carola estava cumprindo o seu dever de proteger vidas e, portanto, não cometeu ato de violência. A magistrada ainda sublinhou que a capitã não tinha alternativa a não ser o porto de Lampedusa, no Sul italiano, porque os portos da Líbia e da Tunísia não são seguros para o desembarque de imigrantes e refugiados.

Carola, de 31 anos, se consagrou como a primeira mulher a comandar um navio de resgate humanitário e, também, como símbolo de desafio às políticas conservadoras do vice-premier e ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, que busca frear a imigração pelo Mediterrâneo. Ele proibiu que navios de imigrantes atraquem em portos do país .

Ao chegar a Lampedusa, a capitã foi imediatamente posta em prisão domiciliar. Além das acusações de favorecer a imigração irregular, Rackete poderia ser condenada a até dez anos de prisão por ter jogado a embarcação contra uma lancha da polícia italiana, que tentava impedir que ela se aproximasse do porto. Na segunda, autoridades alemãs exigiram a sua libertação.

Comandante experiente, Rackete já navegou em águas do Ártico e da Antártida. Em entrevista ao jornal italiano La Repubblica, ela explicou por que decidiu resgatar imigrantes na costa da África.

“Minha vida tem sido fácil, pude cursar de três universidades, me formei com 23 anos. Sou branca, alemã, nascida em um país rico e com o passaporte certo. Senti a obrigação moral de ajudar aqueles que não tiveram as mesmas oportunidades que eu”, contou.

Para Salvini, ‘ato de guerra’

Fiel ao seu estilo agressivo de governar, o vice-premier italiano Matteo Salvini, do partido de ultradireita Liga, avisou que já tem pronto e assinado o decreto de expulsão da capitã. Ele chegou a acusá-la de ter cometido um “ato de guerra” por querer afundar um barco da polícia.

Na contramão, autoridades italianas criticaram publicamente o tratamento conferido a Rackete. O prefeito de Palermo, Leoluca Orlando, disse que Salvini agiu com “crueldade ilícita” em relação à capitã.

“Com estas decisões, a Itália está se afastando da Europa. Trata-se de uma crueldade ilícita e ilegítima por parte de Salvini”, lamentou.

Já o prefeito de Lampedusa, Salvatore Martello, lembrou que “mais de 600” imigrantes chegaram à ilha em menos de um mês, a maioria a bordo de barcos improvisados.

“Ontem à noite, houve 25, incluindo mulheres e crianças (…), mas ninguém disposto a fazer um show na frente das câmeras de televisão”, disse.

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https://www.osul.com.br/a-justica-da-italia-soltou-a-capita-que-forcou-a-entrada-de-um-navio-com-42-imigrantes/ A Justiça da Itália soltou a capitã que forçou a entrada de um navio com 42 imigrantes 2019-07-02
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