Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
23°
Light Rain

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Esporte A Justiça Federal mandou para o banco dos réus 12 pessoas acusadas de faturar com a reconstrução do estádio Mané Garrincha, que torrou quase 2 bilhões de reais em recursos públicos

Compartilhe esta notícia:

Mané Garrincha deve ter jogos da Copa América. (Foto: Agência Brasil)

No fim de fevereiro, Brasiliense e Paracatu se enfrentaram pela nona rodada do Candangão. A peleja atraiu 392 testemunhas ao Estádio Nacional de Brasília. Foi outro fiasco de público na arena mais cara da Copa de 2014. A reforma do velho Mané Garrincha torrou R$ 1,98 bilhão em recursos públicos, segundo o Tribunal de Contas do Distrito Fedeal. Na quarta-feira (25), a Justiça Federal mandou para o banco dos réus 12 personagens acusados de faturar com a reconstrução do estádio.

A obra custou o triplo do previsto. Resultou num monumento ao desperdício em concreto e aço, encravado no Centro da capital. Entre os acusados estão na lista dois ex-governadores, José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT), e um ex-vice, Tadeu Filipelli (PMDB).

De acordo com o Ministério Público, as fraudes começaram a ser tramadas em 2008. Segundo a denúncia, Arruda reuniu empreiteiros na residência oficial e direcionou o estádio para um consórcio chefiado pela Andrade Gutierrez. Executivos da construtora contaram que ele cobrou pedágio de 1% sobre o valor da obra.

O governador caiu, mas o esquema continuou de pé. A dupla Agnelo-Filipelli assumiu o projeto e recebeu mais R$ 12 milhões em propina, diz a Procuradoria. O petista foi acusado de desviar até ingressos prometidos aos operários que trabalharam na construção.

Dos 12 estádios da Copa, dez já apareceram em investigações de corrupção. O ex-governador Sérgio Cabral e o ex-ministro Henrique Alves, ambos do PMDB, foram para a cadeia por fraudes no Maracanã e na Arena das Dunas. Arruda, Agnelo e Filipelli chegaram a ser presos, mas poderão se defender em liberdade. Os três negam participação na roubalheira.

Além de liderar o ranking do superfaturamento, o Mané Garrincha encabeça a lista de elefantes brancos do Mundial. Com capacidade para 72 mil pessoas, passa a maior parte do tempo às moscas. Em 2017, ficou quase nove meses sem receber uma partida oficial. O fracasso de público era previsível. Sem tradição no futebol, Brasília não tem nenhum time nas séries A, B e C do Brasileiro.

Em tempo: o duelo entre Brasiliense e Paracatu arrecadou míseros R$ 1.337. O valor não cobriu nem o aluguel da ambulância exigida pela federação. Para azar dos 392 torcedores, o jogo terminou em 0 a 0.

Denúncias

Agnelo: solicitou e recebeu vantagens indevidas que totalizaram R$ 6,5 milhões. Os pagamento em espécie ocorreram na forma de doações de campanha e para a Paróquia São Pedro. Em troca, o ex-governador favoreceu empresários na contratação e execução da obra relativa ao Mané Garrincha;

Arruda: solicitou e recebeu R$ 3,8 milhões de Andrade Gutierrez e Via Engenharia em troca de favorecê-los na contratação da obra relativa ao Estádio Mané Garrincha. Além disso, o ex-governador também recebeu R$ 120 mil na forma de duas doações a igreja;

Filippelli: a propina chegou a R$ 6,185 milhões, a título de doações oficiais à chapa nas eleições de 2014, além de 1% sobre o valor do contrato firmado com empreiteiras para a construção da arena.

O caso é investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público na Operação Panatenaico, deflagrada em maio de 2017. O grupo foi denunciado formalmente no início deste mês pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude à licitação.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Esporte

Problemas elétricos, vazamento de água e cheiro de gás na Vila Olímpica irritam delegações e Comitê Olímpico Internacional
Obras inacabadas da Vila dos Atletas na Olimpíada obrigam a contratação de 500 operários para sua conclusão urgente
https://www.osul.com.br/a-justica-federal-mandou-para-o-banco-dos-reus-12-pessoas-acusadas-de-faturar-com-a-reconstrucao-do-estadio-mane-garrincha-que-torrou-quase-2-bilhoes-de-reais-em-recursos-publicos/ A Justiça Federal mandou para o banco dos réus 12 pessoas acusadas de faturar com a reconstrução do estádio Mané Garrincha, que torrou quase 2 bilhões de reais em recursos públicos 2018-04-26
Deixe seu comentário
Pode te interessar