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Música A Justiça mandou arrombar o apartamento do músico João Gilberto: a decisão é em decorrência da interdição do artista pedida por sua filha Bebel

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O objetivo da decisão da Justiça de entrar à força no apartamento de João é garantir que ele seja examinado. (Foto: Reprodução)

Em mais um capítulo da triste história recente do músico João Gilberto, o juiz Renato Lima Charnaux Sertã, da 5ª Vara de Órfãos e Sucessões do Rio de Janeiro, determinou o arrombamento da porta do apartamento em que o cantor e compositor mora, no Leblon, bairro nobre do Rio de Janeiro. A decisão é decorrência da interdição do cantor, pedida por sua filha Bebel Gilberto e decretada em novembro de 2017 — em caráter temporário, por 120 dias, prazo esgotado em meados deste mês.

Para que Bebel tenha direito à curatela definitiva do pai — ou seja, possa continuar decidindo sobre seus contratos e movimentações financeiras —, é necessário que o cantor passe por uma perícia médica para determinar seu estado de saúde. O objetivo da decisão da Justiça de entrar à força no apartamento de João é garantir que ele seja examinado — antes da determinação de Sertã, houve pelo menos cinco tentativas de notificar o artista de 86 anos, mas em todas ele se recusou a abrir a porta, mesmo com a presença de Bebel.

Conflito

A decisão prevê que Bebel indique “um médico de confiança para acompanhamento da diligência, zelando-se assim pela integridade física” de João. Além disso, determinou que ela sugira também “um profissional do ramo da engenharia, habilitado a providenciar, no ato da diligência, o reparo da porta, com troca das fechaduras, se necessário”.

Bebel também ficará responsável pelas “providências que serão adotadas caso haja necessidade da imediata remoção” do cantor para um hospital. O juiz determinou também que a cantora esteja presente no momento da diligência, que pode acontecer a qualquer momento.

Procurada, Bebel Gilberto não quis se pronunciar. E sua advogada, Simone Kamenetz, disse que não pode se manifestar porque o caso corre em segredo de Justiça.

O pedido de interdição é o desdobramento de uma trama que envolve dívidas milionárias e brigas familiares. De um lado do conflito está Claudia Faissol, companheira do músico; e, do outro, os dois filhos mais velhos do compositor, João Marcelo e Bebel.

Os filhos acusam Claudia de administrar de forma incompetente os negócios do artista, função delegada a ela durante mais de uma década. Ele teria assinado documentos sem saber do que se tratam. João Marcelo a acusou, em entrevista ao jornal O Globo em julho de 2017, de se aproveitar de “uma pessoa idosa”, que não teria “total habilidade para compreender contratos complexos”.

Um dos erros, segundo Marcelo e Bebel, foi a entrega, em 2013, de 60% dos direitos sobre os quatro primeiros discos do cantor ao banco Opportunity. Defendida e costurada por Claudia, a venda foi uma maneira, segundo ela, de sanar os problemas financeiros de João Gilberto. Marcelo também a acusou de fazer um negócio por fora com o banco, recebendo de 5% a 10% do valor negociado.

Em entrevista ao O Globo, também em julho de 2017, Claudia afirmou que “os advogados já esclareceram os fatos relativos” ao contrato com o Opportunity. E culpou o governo brasileiro e o “sistema jurídico disfuncional” pelos problemas financeiros do cantor, que ainda persistem.

Em outubro do ano passado, circulou a informação de que o cantor seria despejado do apartamento no Leblon em que mora, pelo não pagamento de aluguel e condomínio.

Um incidente que explica a dívida remonta ao início de 2011, quando ele completou 80 anos e anunciou que faria espetáculos comemorativos pelo Brasil. Os shows, no entanto, foram cancelados por problemas de saúde, sendo que a produção já havia investido na preparação. A Justiça ordenou o pagamento de R$ 1,2 milhão de multa pelo calote.

Como João Gilberto não abre a porta, não se sabe o estado exato e atual do imóvel. Mas acredita-se que as condições sejam precárias. Em junho, quando o pai ainda liberava a entrada da filha, Bebel encontrou um ambiente sujo, com cheiro de lixo e infiltrações. O cantor também estava magro e descuidado. Para piorar, ele alternaria momentos de lucidez e confusão mental.

No imbróglio, houve até uma acusação de sequestro. Aconteceu em maio de 2017, quando bombeiros foram chamados ao apartamento no Leblon porque Claudia Faissol, segundo João Marcelo, havia tentando levá-lo à força para os Estados Unidos, onde deveria receber um prêmio. Ela teria invadido o local pela janela depois de João Gilberto ter se recusado a abrir a porta, o que provocou confusão e até um quebra-quebra.

 

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