Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 16 de outubro de 2019
A maioria dos recursos que contestam decisões da Justiça criminal é julgada em menos de um ano no STF (Supremo Tribunal Federal) e no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Esse tempo é um dos argumentos que estão em jogo diante da decisão da Suprema Corte de reavaliar, em julgamento nesta quinta-feira (17), a prisão de condenados após decisão de segunda instância – bandeira da Lava-Jato que, dependendo da mudança, pode beneficiar Lula.
Defensores das prisões nesses casos – antes de serem esgotadas as possibilidades de recursos – avaliam que eventual alteração de entendimento pelo STF possa levar à impunidade diante da demora do Judiciário.
O ritmo de julgamento nos tribunais superiores foi analisado pelo jornal Folha de S.Paulo em um levantamento feito com base em ações que já transitaram em julgado – ou seja, naquelas onde já não é mais possível recorrer da decisão e os processos foram encerrados.
Atualmente, o Supremo entende que uma pessoa que foi condenada em segunda instância já pode começar a cumprir pena, ainda que, mais à frente, sua sentença possa ser alterada por um tribunal superior. O levantamento analisou cerca de 38 mil recursos especiais no STJ e 2,5 mil recursos extraordinários no STF, todos eles na área de direito penal.
Recurso é um dos nomes dados às ações que contestam uma decisão do Judiciário. Os casos levantados transitaram em julgado de 2009 a 2019, vindos de instâncias inferiores. Habeas corpus, agravos e embargos não foram incluídos no levantamento.
No STJ, 63% dos recursos levaram até um ano para transitar em julgado, a contar da data em que o caso chegou ao tribunal. No STF, isso aconteceu em 77% dos casos.
Processos que levaram mais de três anos para serem finalizados são raros: equivalem a um em cada dez dos analisados no STJ. No Supremo, eles não chegam a 5%.