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| A mudança

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Uso da bandeira do Brasil poderia ser considerado propaganda eleitoral a partir do início da campanha, no dia 16 de agosto. (Foto: Banco de Imagem O Sul)

Há uma pergunta que, apesar do ano ter mudado, não mudou. A gente faz e se faz perguntas. E a toda a hora fazem para a gente: como é que vai ficar este país? E objetivamente: quem é o homem (ou mulher) para botar em ordem o Brasil, depois da catástrofe “lulista”, dos “malfeitos” dilmistas e até desse governinho que tem, ao mesmo tempo, um ar de prematuro e passa pelo risco de que sua validade possa estar vencida.

Busca-se a pessoa, talvez um Novo Cristo (que expulsaria os vendilhões do templo; e são tantos …). Respeitada a incredulidade é querer milagre demais. É preciso – se for o caso – muitos(as) deuses(as) para enfrentar tantos pecados de seus autores.

Não é tarefa individual. Numa democracia séria, no mínimo, haveria a necessidade de Partidos Políticos, com P maiúsculo. Partidos que tivessem um programa: pela estatização ou pela economia de mercado; pela globalização ou pelo nacionalismo isolacionista; pelo estado laico ou pela teocracia; pela educação ditada pelo Estado (com o colorido governista do momento) ou pela liberdade de ensinar; pelo sindicalismo forte e negociador ou pela legislação trabalhista minuciosa e disciplinadora.

É bom lembrar que sociedades razoavelmente progressistas, em geral, assentaram suas bases em pilares partidários. Geralmente dois (Conservadores e Trabalhistas, na Inglaterra; Democratas e Republicanos, nos Estados Unidos; Democratas Cristãos e Sociais Democratas na Alemanha etc etc). Raramente, três, no máximo, quatro.

Partidos que tem cara e conteúdo exposto, claramente divulgado. Cidadão-eleitor vai fazer a sua opção racionalmente, ao identificar nas bandeiras dos Partidos posições doutrinárias e políticas de ação similares, as que, pessoalmente, julga como as mais adequadas para a sociedade de que é parte.
Enquanto se escolhe a mulher parceira, por paixão; o clube de futebol, por emoção; o partido político deve ser pela razão.

Infelizmente entre nós, o partido não é nada e pode ser tudo. É, ao mesmo, tempo, da esquerda e da direita. Na verdade, não sendo nem uma nem da outra. Pode até ser o maior partido, mas não ganha eleição presidencial (uma heresia no Presidencialismo).

Somos uma quase democracia, mais ou menos quarenta arremedos de Partidos. Como já se disse, Partidos que não tem uma frente que o identifique mas que, ano após ano, não abrem mão dos oitocentos milhões de reais do Fundo Partidário, butim oficial que cheira mal e os sustenta.
Por isso, ao conviver com o mercantilismo partidário, que não deixa que se institua um inicio de saneamento moral e de representatividade política, através da “clausula de barreiras”, lembro-me num fato real ocorrido na Câmara Federal quando era Deputado.

Havia um parlamentar nordestino, baixinho, NG, que diariamente, chegava cedo a seção (la estava ela ao meio dia, ponteando a fila na espera da abertura dos trabalhos as 13:30 horas). A fim de falar – três minutos – no “pinga fogo” que saia e até hoje sai na Voz do Brasil.

Mesmo no final do Governo Militar, ele continuo diariamente atacando o socialista e ex-Governador Miguel Arraes, destituído do cargo em 64, preso e exilado, pelas autoridades da época. E o NG persistiu com os ataques ferozes. Passado o tempo (nem tanto tempo assim)la estava o NG, no pinga fogo, surpreendentemente, destacando a “figura exemplar e estoica” do Governador Arraes, que voltara do exílio e fora reeleito, a quem – ele NG -, passava agora, a prestar todas as homenagens.

Quando ele desceu da tribuna, vários Deputados foram interpela-lo: o que é isso, NG, mudaste tão ligeiro de lado? Que vergonha! Com a maior tranquilidade e um ar de “sacana” (perdoe-me a expressão mas é a mais adequada para sua postura) respondeu: “eu não mudei em nada. Não me afastei um milímetro da minha linha. Estava e estou firme com o Governo. O Governo é que mudou”.

NG não é, nem foi um exemplo isolado. É, por isso, que aqui, partido político (regra geral) é moeda de troca. E não proposta de política pública, disputando os “éticos” 800 milhões do moralmente discutível Fundo Partidário.

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