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Mundo A Nissan ampliou sua investigação sobre os assuntos financeiros de Carlos Ghosn, ex-presidente do conselho da montadora

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O ex-presidente do conselho da Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn. (Foto: Reprodução)

A Nissan expandiu significativamente sua investigação interna sobre os assuntos financeiros de Carlos Ghosn, ampliando seu escopo a fim de incluir transações entre ele e associados de negócios na Índia, outras partes da Ásia, Oriente Médio e América Latina. As informações são do jornal Financial Times. 

O ex-presidente do conselho da Nissan, que continua a ser presidente-executivo da Renault, parceira da montadora japonesa em uma aliança automotiva, está preso em Tóquio desde 19 de novembro.

Pessoas próximas à Nissan dizem que uma investigação iniciada alguns meses atrás, com uma operação altamente sigilosa e conduzida por poucos executivos seniores, agora envolve “centenas” de pessoas nos departamentos de fiscalização, jurídico e de contabilidade da empresa, em todo o mundo.

Elas disseram que a empresa tem a obrigação prática de compartilhar as descobertas de sua investigação substancialmente ampliada com os procuradores públicos de Tóquio, o que traz a possibilidade de que surjam novas acusações contra Ghosn nas próximas semanas.

Um dos focos da investigação, segundo o Financial Times apurou, é o uso por Ghosn do “fundo de reserva da presidência” – criado para o caso de pagamentos inesperados.

Qualquer coisa que pareça indicar desembolsos regulares de verbas desse fundo seria coberta pela investigação interna da Nissan, disseram pessoas informadas sobre a investigação.

Pessoas que trabalham na Nissan disseram que a prisão de Ghosn afetou o moral da companhia. Nos últimos dias, uma ordem geral circulou na montadora proibindo os empregados de contatar Ghosn ou Greg Kelly, assessor muito próximo deste e membro do conselho da empresa, também detido em novembro.

Kelly foi libertado sob fiança alguns dias atrás, e ao que se sabe está internado em um hospital de Ibaraki, uma prefeitura [província] vizinha a Tóquio. Ele divulgou um comunicado à imprensa no qual afirma acreditar que o tribunal o considerará inocente.

Ghosn está preso há mais de cinco semanas, sob acusações de ocultar parte do seu pagamento como presidente da empresa. Na semana passada, os procuradores públicos estenderam seu período de prisão, com novas acusações de violação de confiança.

A procuradoria está investigando os antecedentes de uma série de pagamentos realizados pela Nissan a Khaled al-Juffali, executivo de um dos maiores conglomerados da Arábia Saudita, de acordo com pessoas informadas sobre as investigações.

Na semana passada, uma declaração breve da procuradoria de Tóquio informava que as autoridades estão investigando informações de que Ghosn havia tentado lidar com prejuízos não realizados de uma transação com derivativos, em valor de 1,85 bilhão de ienes (US$ 16,7 milhões), transferindo-os da empresa que administra seus ativos pessoais para a Nissan, no pico da crise financeira de 2008.

Ghosn também teria transferido, por meio de uma série de pagamentos ao longo de quatro anos, US$ 14,7 milhões da conta de uma subsidiária da Nissan para uma conta detida por um titular desconhecido, afirmou a procuradoria.

Essa pessoa teria supostamente ajudado o ex-chefe da Nissan a transferir a operação de derivativos de volta à sua companhia de administração de ativos no Líbano, ao obter uma carta de crédito para o Shinshei Bank, que exigiu garantia adicional para o acordo de swap de câmbio. O Shinsei se recusou a comentar.

Os pagamentos para Juffali foram supostamente realizados em quatro anos separados, de junho de 2009 a março de 2012, por meio do fundo de reserva da presidência da Nissan, de acordo com pessoas informadas sobre o assunto. Juffali – vice-presidente do conselho do EA Juffali and Brothers, um conglomerado de infraestrutura, construção, seguros e automóveis, a quem Ghosn conhece há cerca de 20 anos – não foi localizado para comentar.

Pessoas próximas à Nissan disseram que a empresa estava surpresa por os promotores terem decidido investigar Ghosn quanto a essa transação específica, detalhes da qual surgiram no começo da investigação interna da empresa; a Nissan atribuiu baixa prioridade a esse caso.

Por meio da Al-Dahana, uma empresa da qual ele é sócio majoritário, Juffali se associou estreitamente às operações da Nissan no Oriente Médio, formando uma joint venture que pessoas próximas à família de Ghosn dizem ter sido parte crítica das operações da Nissan na região.

Juffali, que é parte do conselho do banco central saudita desde 2016, também é investidor em outra joint venture com a Nissan na região. Uma pessoa informada sobre o pensamento de Ghosn e de sua família disse que eles não acreditavam que houvesse nada de suspeito ou incriminador nos supostos pagamentos feitos a Juffali, ou que eles representassem um pagamento “compensatório” relacionado a transações financeiras de Ghosn.

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