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Brasil A OAB critica a proposta defendida pelo ministro da Defesa de gravar a conversa do preso com o seu advogado nos presídios federais

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Presidente da OAB, Claudio Lamachia Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Claudio Lamachia, criticou uma ideia lançada pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, de gravar conversas entre presos e advogados nos presídios federais como meio de combater o crime organizado. Em nota, Lamachia armou que a proposta revela “incapacidade em utilizar de métodos de inteligência investigativa” e mira a advocacia, “como se dela fosse a culpa pela existência das quadrilhas que comandam as prisões”.

“A ideia de gravar as conversas entre a advocacia e seus clientes confunde a sociedade, dando a entender que os profissionais são responsáveis pelo avanço da violência. A gravação de qualquer comunicação entre advogados ou advogados e clientes é crime, prática que jamais deveria ser defendida por quem quer que seja, especialmente por aqueles que fazem parte do sistema de Justiça”, diz o presidente da OAB na nota.

Em entrevista à imprensa, na qual anunciou o envio de tropas militares ao Rio de Janeiro para conter tiroteios entre policiais e traficantes, Jungmann disse que a sugestão de instalar “parlatórios” nos presídios veio da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, com quem havia conversado pela manhã. Jungmann também defendeu a instalação desses parlatórios em unidades prisionais, maior parte das quais administradas pelos estados.

Conforme o ministro, o preso ficaria separado por um vidro do advogado ou familiar e se falariam por telefone, com as conversas registradas. Jungmann declarou que há resistência à medida, sobretudo de advogados criminalistas. “Ela [Dodge] deu uma sugestão que eu acho que nós temos que imediatamente aceitar: começar a colocar os parlatórios dentro das penitenciárias e presídios federais. É um princípio de mudança que eu espero que venha a ser seguida por todo o sistema prisional brasileiro”, afirmou o ministro.

Segundo Jungmann, o contato de criminosos com seus familiares e advogados,”livremente”,”faz com que o crime organizado, que também dispõe hoje lá dentro de celulares, ele consiga comandar de dentro da prisão, que se transforma em um home ofice do crime organizado, crimes nas ruas”.

A OAB diz que a gravação de conversas entre advogados e clientes é crime e trata-se de solução “simplista”. A entidade diz que agirá com rigor para punir atos ilegais por parte de seus profissionais.

Jungmann reconheceu “resistência” da advocacia à proposta e disse que iria conversar com Lamachia sobre o assunto. “Uma relação entre um advogado e um cliente que cometeu um crime, é uma coisa. Já o advogado que se torna advogado de um bando como esses, ele pode ser chantageado, ele pode ser ameaçado de morte se ele não passar a servir. Não estou querendo de forma nenhuma criminalizar os advogados, que exercem uma função constitucional absolutamente reconhecida. Estou dizendo que nós temos um caso diferente”, justificou o ministro.

tags: segurança

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