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Brasil A análise da Polícia Federal em celulares da JBS/Friboi sugere que o empresário Joesley Batista e o ex-ministro Guido Mantega usavam os codinomes “Bill” e ”Steve” para não serem identificados em conversas

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Dono da J&F (foto) seria "Bill" e Mantega seria "Steve". (Foto: EBC)

Ao menos dois números de telefone celular registrados em nome de uma suposta funcionária da JBS/Friboi, empresa do Grupo J&F, estão no centro de uma nova frente de investigação da PF (Polícia Federal) sobre ilícitos cometidos pelo empresário Joesley Batista durante o governo da então presidenta Dilma Rousseff. Eles entraram na mira dos investigadores depois de o aparelho Blackberry usado por Joesley ter sido periciado.

No aplicativo de mensagens do celular, foi encontrada uma série de diálogos cifrados de Joesley com um contato do Ministério da Fazenda. O dono da J&F usava o codinome “Bill” nas conversas. Já seu interlocutor atendia pela alcunha de “Steve”. Ambos usavam linhas ativadas pela JBS no mesmo dia: 17 de janeiro de 2011. Todas as conversas ocorreram de fevereiro a agosto de 2011, durante o primeiro mandato de petista.

Um relatório da PF com de 27 páginas revela que “Bill” costumava acionar “Steve” para tratar de interesses bilionários na pasta da Fazenda e, eventualmente, pedir audiência com Dilma. Pela complexidade dos pedidos de Bill, a PF investiga a possibilidade de que “Steve” seja o próprio ministro da Fazenda na época, Guido Mantega.

“Embora não se possa afirmar de forma categórica quem de fato seja o referido interlocutor, o confronto do conteúdo das referidas mensagens, somado ao contexto, à época em que ocorreram a aos anexos da colaboração premiada de Joesley, evidencia a existência de uma forte correlação entre a atuação deste com o quanto narrado pelo delator em relação ao então ministro da Fazenda à época, Guido Mantega”, escreveu o investigador da PF na conclusão do relatório, incluído no inquérito sobre Joesley na Justiça Federal de Brasília.

Registros

As conversas de “Bill” e “Steve” ocorreram entre 2 de fevereiro e 30 de agosto de 2011 e tratavam de assuntos de interesse da J&F no governo federal. Esses assuntos foram narrados por Joesley em sua delação, exatamente nos anexos que tratavam das relações impróprias do dono da J&F com Mantega. O

Os pedidos de Joesley são relacionados a empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), pedidos de audiências com líderes do PT, como o então governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e negócios de interesse das empresas do grupo J&F.

Uma mensagem de 22 de fevereiro, por exemplo, sugere que o interlocutor do dono da J&F seria uma importante autoridade da área econômica do governo, com poderes para liberar recursos em escala industrial nos cofres da União: “Falei com BB. Ele garantiu R$ 1 bi. Será que a Caixa não arruma mais R$ 1 bi para viabilizar o deal (“acordo”, em inglês) com o Matone?”, questiona Joesley. A resposta de “Steve” ao pedido bilionário de “Bill” vem no dia seguinte: “Vou tentar”.

Em outro conjunto de mensagens, dos dias 2 a 9 de fevereiro, “Bill” pede notícias de “Steve” sobre demandas envolvendo o fundo de pensão dos servidores da Caixa, Funcef e Banco do Brasil. “Observa-se que ele as pontua de forma absolutamente concisa e abreviada, sem entrar em pormenores, visto que seu interlocutor, ao que se pode presumir, já as conhecia”, aponta o relatório da PF.

São cinco mensagens em sequência de “Bill”: “To esperando notícias!”, escreve, no dia 2. “Valeu por hoje! Te vejo na terça em Brasília”, anotou no dia 5. “Guilherme Funcef fusão”, enviou no dia 8. “Dida dtvm banco”, escreveu também no dia 8. No dia seguinte, “Steve” respondeu: “Ok.”

Naquele ano, o presidente da Funcef era Guilherme Narciso Lacerda e a Eldorado, uma das empresas do Grupo J&F no período, pleiteava a fusão com a empresa de reflorestamento Florestal, que tinha entre seus controladores Joesley e os fundos Petros e Funcef. Em sua delação, Joesley afirmou ter pago propina a Guilherme Lacerda para que os interesses de suas empresas junto ao fundo fossem atendidos.

Um desses interesses, de acordo com o delator, teria sido exatamente o aporte da Funcef na Florestal, empresa criada por Joesley em 2009 e que recebeu aportes de R$ 500 milhões do Petros e da Funcef. Em contrapartida, afirmou o empresário, foi pago 1% do valor dos aportes para presidentes de cada um dos fundos de pensão.

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