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Por Redação O Sul | 23 de março de 2018
A Petrobras vai reduzir os preços do diesel em 0,5 por cento e elevará os da gasolina em 0,2 por cento nas refinarias a partir de sábado (24), informou a empresa nesta sexta-feira (23) em comunicado em seu site. Com os reajustes, o valor do diesel cairá para 1,8475 real por litro e o da gasolina passará para 1,6431 real.
A Petrobras adota nova política de preços desde 3 de julho. Pelo método, os ajustes acontecem com maior frequência, inclusive diariamente. Em fevereiro, a empresa passou a anunciar os preços do litro da gasolina e do diesel vendidos pela companhia nas refinarias – e não mais os percentuais de ajustes.
Desde o início do novo formato, o preço da gasolina comercializada nas refinarias acumula alta de 25,13% e o do diesel, valorização de 24,19%.
Importações
Empresas importadoras de combustíveis acusam a Petrobras de praticar preços abaixo do mercado internacional e pediram ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) investigação sobre possíveis práticas anticoncorrenciais pela estatal.
A acusação é da Abicom (Associação Brasileira das Importadoras de Combustíveis), entidade que reúne nove empresas privadas que trazem derivados de petróleo do exterior para o Brasil. Segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), em 2017 elas foram responsáveis por 78,6% das importações de gasolina e 95,7% das importações de diesel.
“A Petrobras vem falando que sua política de preços prevê a paridade de importação [que soma as cotações internacionais mais os custos de transporte], mas a gente observa que isso não tem acontecido em alguns portos”, disse o presidente da entidade, Sérgio Araújo.
A estatal nega e diz que o crescimento das importações por terceiros nos últimos anos é uma evidência de que não há obstáculos à atuação de outros fornecedores.
A Abicom entrou com representação no órgão de defesa da concorrência no fim de fevereiro. De acordo com Araújo, a ideia é provocar o Cade a investigar os preços praticados pela estatal, para entender se há práticas anticoncorrenciais.
As importações de combustíveis por empresas privadas dispararam nos últimos anos. Desde o início de 2017, porém, a estatal vem demonstrando preocupação com a perda de mercado. Em julho, alterou sua política de preços para garantir maior flexibilidade à área técnica para enfrentar a concorrência.
“Outros agentes aumentaram sua participação nos últimos anos e continuam a importar gasolina e diesel para o país, o que é uma evidência de que a Petrobras não impede a atuação de outros fornecedores nesse mercado”, disse, em nota a estatal.
Araújo diz que a prática de preços mais baixos começou a se intensificar em dezembro do ano passado. Ele reclama que a estratégia da Petrobras prejudica empresas que realizaram investimentos ou fizeram contratos de longo prazo para armazenar combustíveis importados.
“A gente não conhece o custo da Petrobras, então estamos querendo saber se ela tem praticado preços abaixo de custo”, diz ele. Com a perda de mercado, a estatal tem operado suas refinarias com elevados níveis de ociosidade. No terceiro trimestre de 2017, último dado disponível, o nível de utilização da capacidade das refinarias estava em 78%.