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Brasil A polícia acredita que o assassinato do ex-governador do Espírito Santo foi premeditado

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Ex-assessor confessou o crime e foi autuado em flagrante. (Foto: Reprodução)

A Polícia Civil acredita que o assassinato do ex-governador do Espírito Santo Gerson Camata, aos 77 anos, foi premeditado. Ele foi morto com um tiro pelo ex-assessor Marcos Venício Moreira Andrade, 66 anos, que foi preso e confessou o crime. A motivação, de acordo com o acusado, foi uma ação judicial movida por Camata e que resultou no bloqueio de R$ 60 mil de sua conta bancária.

A polícia informou que Marcos Venício foi autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo torpe, e por dificultar a defesa da vítima e encaminhado para o presídio de Viana, na região metropolitana de Vitória. A defesa de Marcos não quis comentar o caso.

A linha de investigação que a polícia espera confirmar é com base no depoimento informal de Marcos para o delegado, no qual narra toda a dinâmica do crime. Para a investigação, o acusado já foi a local para matar o ex-governador.

O delegado responsável pelo caso, Marcus Vinícius de Souza, explica que a entrevista foi gravada para preservar os policiais caso ocorresse alguma alegação de tortura.

No vídeo filmado pelos policiais, o suspeito relata que no momento que foi preso estava na imobiliária de um amigo, onde tinha ido tomar água e um remédio. O local fica há 100 metros de onde ele matou Camata. O acusado ainda deu detalhes do encontro com o ex-deputado.

“Eu não estava na banca não, eu vi ele passando. Ele passou, foi na banca e comprou alguma coisa. Eu continuei na padaria. Quando ele passou na outra banca que tinha em frente a padaria, eu fui falar com ele”, relata Marcos, que afirma que cobrou satisfação de Gerson dos R$ 60 mil bloqueados em sua conta. Nesse momento, o ex-assessor afirma que foi insultado por Camata.

O delegado afirma que as testemunhas desmentem essa versão do ex-assessor. A ação judicial que gerou o desentendimento entre Camata e Andrade foi decorrente de uma denúncia de Marcos contra o ex-governador. Após a denúncia, Camata recorreu foi a justiça para pedir danos morais.

“Marcos foi condenado e teve um dinheiro bloqueado judicialmente. Ele alega que foi até o ex-governador perguntar sobre esse dinheiro, o porquê de ter feito aquilo e o governador teria o ofendido. Porém, testemunhas disseram que não houve ofensa alguma. Ele perguntou para o ex-governador sobre esse dinheiro e Camata teria dito “esse assunto o senhor tratar com meu advogado” e em seguida Marcos sacou a arma e disparou contra ele”, explica o delegado.

Arma

A polícia informou que a arma usada por Marcos no crime estava sem registro desde 2013. Em depoimento, o autor do disparo afirma que não costuma andar armado, mas tinha ido na rua para fazer a atualização do registro da pistola.

O delegado, porém, contesta a versão do acusado, porque não é necessário levar a arma para fazer a atualização do registro. “Ele alega que saiu com a arma para renovar o registro dela, que estava com o registro vencido desde 2013. Nos estranha o fato dessa renovação ser cinco anos depois e sair com a arma bem no dia que o ex-governador foi morto”, contesta Souza.

Testemunha

A polícia segue com as investigações e procura uma uma testemunha que tenha visto Marcos Venício caminhando com a arma nas mãos em direção a Gerson Camata.

“Uma testemunha presenciou o Marcos atravessando a rua em direção ao Camata com as armas nas mãos. Nós estamos localizando essa testemunha. Vamos realizar a intimação dela e ouvir formalmente no inquérito policial. Se confirmando essa versão, é mais um indício de premeditação”, afirma.

A polícia ainda busca novas imagens das câmeras que tenham registrado a ação. Um dos vídeos do crime está com a Polícia Civil, mas não foi divulgado para não atrapalhar as investigações. A polícia diz que tem um prazo de 10 dias para concluir o inquérito e deve ser concluído na próxima semana.

Briga na Justiça

Marcos Andrade trabalhou como assessor de Gerson Camata por quase 20 anos. Em 2009, contudo, a relação entre eles ficou comprometida quando Marcos denunciou um suposto crime de caixa 2 cometido por Camata ao jornal O Globo.

Em entrevista, Marcos afirmou que Camata recebia mesadas de empreiteiras, apresentava recibos falsos de contas eleitorais e obrigava funcionários a pagar, com salários do Senado, suas despesas pessoais. Na época, ele apresentou documentos e anotações para comprovar a denúncia.

Gerson Camata negou as acusações à época. Ele afirmava que Marcos sofria de problemas psicológicos e que suas acusações não deveriam ser levadas em consideração.

O ex-governador processou Marcos por danos morais por conta das denúncias. Uma ação foi movida na Justiça do Espírito Santo e na do Distrito Federal.

Foi o juiz do Distrito Federal, Leandro Borges de Figueiredo, que decidiu pela condenação do ex-assessor em 9 de abril de 2012. Marcos foi condenado uma pagar indenização de R$ 50 mil, além de honorários e custas processuais.

O ex-assessor recorreu em instâncias superiores, ao longo dos anos, mas sem sucesso. O secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, Nylton Rodrigues, disse que houve um bloqueio de R$ 60 mil na conta de Marcos para que ele pagasse a indenização em janeiro de 2018.

Sobre as investigações da denúncia de caixa 2, as denúncias publicadas em O Globo foram submetidas, ainda em 2009, à Procuradoria Geral da República e à Corregedoria do Senado (onde Camata exercia mandato na época). Nos dois casos, ficou entendido que as acusações não tinham lastro e foram arquivadas.

 

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