Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil A polícia do Rio de Janeiro investiga a terceira morte em uma cirurgia plástica

Compartilhe esta notícia:

Adriana Ferreira Pinto foi mais uma vítima. (Foto: Reprodução/Facebook)

Após o caso da bancária Lilian Calixto, de 46 anos, que morreu após um procedimento estético para colocar um implante nos glúteos, outros dois casos semelhantes foram registrados na Delegacia da Barra da Tijuca. A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando agora o mais recente caso: o de Adriana Ferreira Pinto – que também foi socorrida para o Hospital Lourenço Jorge.

Segundo o depoimento do marido, Adriana teria feito um procedimento cirúrgico estético em um consultório de Niterói, Região Metropolitana do Rio, no dia 16 de julho.

Ainda de acordo com familiares, ela passou mal na hora do almoço e também à noite, dizendo que estava com falta de ar. Foi levada para o hospital, mas chegou a unidade já sem vida.

O segundo caso foi o da modelo Mayara Silva dos Santos, de 24 anos. De acordo com testemunhas, ela teria realizado um procedimento na última sexta-feira (20), nos glúteos, e passou mal logo depois. Segundo o depoimento do médico plantonista do Hospital Lourenço Jorge, ela já chegou morta à unidade. O caso também foi registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca).

A delegacia é a mesma que investigou a morte da bancária Lilian Calixto, no último dia 15. Ela morreu após fazer uma bioplastia nos glúteos na casa do médico Denis Furtado, o Dr. Bumbum.

Denis e a mãe, Maria de Fátima Furtado, foram presos no último dia 19, após quatro dias foragidos. Os dois vão responder por homicídio qualificado e associação criminosa.

Perguntas e respostas sobre a bioplastia

Ainda não há confirmação se o que matou Lilian Calixto foi o PMMA. Laudo do Instituto Médico-Legal mostrou-se inconclusivo, e os peritos pediram mais tempo. Nos dois novos casos, detalhes dos procedimentos estão sendo investigados.

Desde a morte da bancária, médicos e especialistas em aprimoramento estético alertam para os riscos da bioplastia.

Bioplastia é o nome que se dá para procedimentos realizados com PMMA (polimetilmetacrilato), um tipo de acrílico. Como o PMMA também é chamado de bioplástico, surgiu o nome bioplastia. “É um termo inventado para determinar procedimentos com o chamado bioplástico [o PMMA]”, diz Niveo Steffen, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica em São Paulo.

Apesar de receber o nome de “bioplástico”, o PMMA não é absorvido pelo organismo, diz Steffen. O PMMA é usado na indústria para a produção de canetas, placas, faróis, etc. Nos procedimentos cirúrgicos, são aplicadas microesferas do produto.

“O PMMA não é um produto absorvido pelo organismo. E esse é um grande problema dele”, diz Niveo Steffen, presidente da Sociedade de Cirurgia Plástica.

Com anestesia local e a introdução de uma microcânula, uma espécie de agulha, no local em que se quer o preenchimento. É um procedimento simples, mas perigoso pela característica do material.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, por mais simples que seja, qualquer procedimento cirúrgico deve ser feito em ambiente hospitalar, com salas preparadas para qualquer complicação – o que não foi o caso da aplicação pelo Dr. Bumbum, que fez o procedimento em um apartamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Como não é absorvido pelo organismo, o PMMA pode trazer reações inflamatórias. Ele também dificilmente pode ser retirado do corpo. “Dá para tentar retirar uma parte, mas não tudo”, explica Steffen.

Uma vez na corrente sanguínea, o produto pode entupir uma artéria, acarretando em paradas cardíacas, ou acidente vascular cerebral ou embolia pulmonar.

Todas essas situações ocorrem porque o material impede que o sangue, que carrega alimentos e oxigênio chegue ao órgão: no coração, é a parada cardíaca, no pulmão, é a embolia e no cérebro, o AVC.

Para a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, ninguém deveria usar o produto pelas altas complicações que ele pode trazer.

A ex-modelo Andressa Urach chegou a injetar a substância, mas teve complicações por causa de outra intervenação com hidrogel. O produto também é aprovado pela Anvisa, mas deve ser usado em situações muito específicas e em pouca quantidade.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informa que o PMMA tem registro desde 2004 com validade até 2024. A substância é usada em uma variedade de produtos para a saúde, como dentes artificiais e implantes.

Há relatos de que pacientes chegam a pagar R$ 20 mil pelo procedimento. Vale checar se o médico tem registro no Conselho Regional de Medicina na região em que atua. O “Dr. Bumbum” não tinha registro para atuar na cidade do Rio de Janeiro.

Um procedimento, mesmo que seja minimamente invasivo, precisa ser feito em um ambiente preparado, um hospital ou um centro cirúrgico com aparelhamento para qualquer problema que precise de atendimento profissional em uma emergência, informa Francesco Mazzarone, diretor do Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Ministério Público pede que empreiteiras que reformaram o Maracanã devolvam R$ 200 milhões
Caixa libera R$ 3,8 bilhões no 1º dia de saques de contas inativas do FGTS
https://www.osul.com.br/a-policia-do-rio-de-janeiro-investiga-a-terceira-morte-em-uma-cirurgia-plastica/ A polícia do Rio de Janeiro investiga a terceira morte em uma cirurgia plástica 2018-07-24
Deixe seu comentário
Pode te interessar