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Brasil A Polícia Federal indiciou 23 pessoas por desvios de dinheiro em cursos à distância da Universidade Federal de Santa Catarina

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A direção da UFSC informou que ainda não foi notificada oficialmente do relatório da PF nem do indiciamento. (Foto: UFSC/Divulgação)

Sete meses após a deflagração da Operação Ouvidos Moucos, a PF (Polícia Federal) de Santa Catarina indiciou 23 pessoas, entre professores, funcionários e prestadores de serviço de transporte, por desvios de verbas em cursos de educação a distância da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Filho do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, Mikhail Vieira de Lorenzi Cancellier está entre os apontados pela investigação como participante do esquema. O reitor cometeu suicídio em 2 de outubro do ano passado, 19 dias após ser alvo da ação policial e proibido de entrar na universidade. Ele alegava inocência.

De acordo com a investigação, Mikhail Cancellier, que é professor adjunto de Direito da UFSC, recebeu em 2013 em sua conta R$ 7.102 uma transferência feita pelo professor Gilberto de Oliveira Moritz e não soube explicar a origem. Em depoimento em 28 de março, o professor disse que não se lembrava. O montante, segundo os investigadores, seria oriundo do projeto Especialização Gestão Organização e Administração em RH, coordenado então por Luiz Carlos Cancellier, responsável pelo ordenamento de despesa.

Segundo a apuração da força-tarefa da PF, que contou com o apoio de técnicos do TCU (Tribunal de Contas da União), o esquema incluiu o pagamento de bolsas indevidas, direcionamento para contratação de empresas com orçamentos falsos e transações bancárias para dissimular a origem e a localização dos valores.

O relatório parcial do inquérito, assinado pelo delegado Nelson Luiz Confortini Napp no dia 18 de abril, não indica o total de recursos que teriam sido subtraídos da UFSC. Na época da operação policial, a Polícia Federal chegou a anunciar que os desvios seriam de R$ 80 milhões. A conclusão do inquérito está previsto para os próximos dias.

A direção da Universidade Federal de Santa Catarina informou que ainda não foi notificada oficialmente do relatório da Polícia Federal nem do indiciamento. Procurado, Mikhail Cancellier não se manifestou.

Entenda o caso

A Operação Ouvidos Moucos foi deflagrada pela PF no dia 14 de setembro de 2017 para apurar supostos desvios de verbas nos cursos de educação à distância de Física e Administração, dentro do programa Universidade Aberta do Brasil na UFSC.

Na ocasião, o então reitor, Luiz Carlos Cancellier de Olivo, e outros seis professores foram presos – e libertados no dia seguinte – em uma ação que envolveu mais de uma centena de policiais. O caso ganhou maior notoriedade quando o reitor, acusado de obstruir a investigação, se matou ao se atirar do sétimo andar em um shopping de Florianópolis.

A ação da PF foi duramente criticada pelos excessos e o tratamento dado aos professores, o que teria levado o reitor a cometer o suicídio. A delegada Érika Mialik Marena, responsável pelo caso, foi alvo de uma investigação interna da PF, após um requerimento da família do reitor ao Ministério da Justiça. Em dezembro, a corregedoria concluiu que não houve abusos. O corregedor foi o delegado Luiz Carlos Korff, também chefe da Comunicação da PF em Santa Catarina.

Aliados de Cancellier sempre contestaram a investigação. Dizem que os valores sob suspeição não ultrapassariam R$ 500 mil e negam que Cancellier tenha atuado para impedir os esclarecimentos. A denúncia partiu do então do corregedor da UFSC, Rodolfo Hickel do Prado, nomeado para o cargo pela ex-reitora Roselane Neckel, adversária de Cancellier.

Logo após a morte do reitor em outubro, o corregedor se afastou da universidade alegando motivos de saúde. Hickel voltou a UFSC no início de fevereiro, mas foi exonerado pelo reitor em exercício Ubaldo Cesar Bathalzar. O corregedor foi à Justiça e conseguiu um mandado de segurança para voltar ao cargo.

No dia 11 de abril deste mês, Ubaldo Balthazar, aliado de Cancellier, venceu as eleições para reitor da UFSC.

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