Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 30 de janeiro de 2019
A PF (Polícia Federal) deflagrou, em três Estados, uma operação contra corrupção no BRB (Banco Regional de Brasília).
Em Brasília, policiais federais buscaram celulares, arquivos eletrônicos e documentos no BRB, o banco público de Brasília. Houve buscas também no Espírito Santo, em São Paulo e no Rio.
A Operação Circus Maximus apura um suposto esquema de propinas e má gestão de investimentos do BRB em fundos de pensão. O banco administra vários fundos, abastecidos com dinheiro de servidores estaduais e municipais.
Segundo investigadores, diretores e ex-diretores direcionavam investimentos para empresas ligadas ao esquema. Em troca recebiam propina. Os prejuízos causados pela má gestão chegaram a R$ 400 milhões e o total pago em subornos foi de R$ 40 milhões, de acordo com a investigação.
Na decisão que autorizou a operação a pedido da Procuradoria da República no Distrito Federal, o juiz Vallisney de Oliveira deu exemplos:
“Foi o caso do investimento LSH Barra Empreendimentos Imobiliários S.A., ex-Trump Hotel Rio de Janeiro, em que o negócio inicial de apenas R$ 3 milhões em poucos anos saltou, por força do fundo criado e investimentos fraudulentos, para mais de uma centena de milhões de reais.”
A PF fez buscas no hotel. A Justiça decretou a prisão preventiva do ex-sócio do empreendimento, Paulo Figueiredo Filho, neto do ex-presidente João Figueiredo, já falecido.
As investigações mostram que cabia a ele “autorizar os pagamentos da propina”.
A Justiça decretou também a prisão preventiva de Diogo Cuoco e determinou buscas em endereços dele e de Adriana Cuoco, filho e nora do ator Francisco Cuoco. Os dois são suspeitos de lavar dinheiro do esquema com notas fiscais frias. O ator disse que não tem contato com o filho
O Ministério Público disse que os envolvidos aceitaram propinas de várias formas como, por exemplo, o pagamento pelo bufê da festa de casamento da filha de um dos envolvidos, Nilban Júnior, diretor financeiro do BRB, e que teria custado R$ 60 mil.
Procuradores afirmam ainda que havia um esquema de carregamento de dinheiro e que o empresário Ricardo Rodrigues, delator do esquema, se utiliza de empresas dispostas a fornecer notas fiscais falsas. Ele usava um avião particular para levar a propina.
O BRB afirmou que está cooperando com as investigações e que já forneceu todas as informações solicitadas pelas autoridades e que os diretores que tiveram pedido de prisão decretado foram destituídos dos cargos.
A defesa de Diogo Cuoco disse que vai prestar todos os esclarecimentos, que ele não cometeu nenhuma irregularidade e que a prisão é desnecessária e que vai recorrer.
A defesa de Adriana Cuoco disse que ela já prestou todos os esclarecimentos e continuará à disposição da Justiça.
A direção do hotel LSH disse que está colaborando com as investigações, mas que os fatos em questão se referem a um período anterior à atual administração.