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Brasil A Polícia Federal suspeita de 150 sindicatos brasileiros e criou um e-mail para receber denúncias

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A PF suspeita de um esquema amplo de venda de atos administrativos e que funcionava havia vários anos na pasta, historicamente aparelhada por partidos políticos e centrais sindicais. (Foto: Divulgação/PF)

A PF (Polícia Federal) já tem indícios de fraude em processos de ao menos 150 sindicatos e federações no Ministério do Trabalho. As entidades aparecem em documentos e trocas de mensagens de investigados na Operação Registro Espúrio, os quais tratam, segundo investigadores, da manipulação dos trâmites para obtenção de cartas sindicais e outros interesses.

A PF suspeita de um esquema amplo de venda de atos administrativos e que funcionava havia vários anos na pasta, historicamente aparelhada por partidos políticos e centrais sindicais.

Por isso, criou um e-mail para denúncias de testemunhas, entre elas, servidores e representantes de entidades que tenham sido eventualmente achacados (registroespurio@dpf.gov.br). Os denunciantes, por lei, podem pedir que sua identidade seja preservada

A ideia é inspirada nas origens da própria operação, que partiu da representação feita em 2017 por um sindicalista que se viu cobrado a pagar R$ 4 milhões para conseguir oficializar seu sindicato.

Para aprofundar as apurações, a PF também requereu ao ministério as cópias dos 150 processos supostamente contaminados pelo esquema.

Esses casos envolvem fraudes não só para deferir pedidos de registro sindical, mas para alterar o estatuto de entidades, ampliando sua base territorial ou o número de categorias de trabalhadores representadas.

Também há situações em que sindicatos, articulados com políticos e servidores, atuavam para que pedidos feitos por instituições rivais fossem indeferidos fraudulentamente.

A carta sindical, concedida pelo ministério, permite que o sindicato receba contribuições dos associados e outras receitas.

A Registro Espúrio foi deflagrada em 30 de maio, com a prisão de 23 pessoas, das quais oito permanecem sob custódia. Conforme as investigações, políticos com influência na pasta nomeavam servidores em cargos chave, os quais, para atendê-los, manipulavam processos em troca de propinas, filiações a centrais sindicais amigas ou até de apoio político em eleições.

O inquérito aponta que funcionários do ministério furavam a fila de protocolos, passando entidades à frente de outras; e davam pareceres sob encomenda, não raro elaborados pelas próprias interessadas.

São suspeitos de integrar o esquema os deputados federais Paulo Pereira da Silva (SP), presidente do Solidariedade e líder da Força Sindical; Jovair Arantes (GO), líder do PTB na Câmara; Wilson Filho (PTB-GO) e Ademir Camilo (MDBMG). Este último está licenciado do Legislativo e é vice-presidente da UGT (União-Geral dos Trabalhadores).

Dois sobrinhos de Jovair, entre eles Leonardo Arantes — ex-secretário executivo do Trabalho até o escândalo vir à tona —, estão presos preventivamente

Na última terça-feira (12), numa segunda etapa das investigações, a PF fez buscas em endereços da deputada Cristiane Brasil, filha do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, condenado e preso no esquema do mensalão. Os dois são suspeitos de se beneficiar das fraudes na tramitação dos processos.

Cristiane foi indicada para chefiar o ministério no início do ano, mas sua posse foi barrada por causa de condenações na Justiça do Trabalho. Ela e o pai continuaram com influência na pasta. O ministro que assumiu o cargo, Helton Yomura, é aliado dos dois.

As investigações também citam envolvimento dos senadores Dalírio Berber (PSDB-SC) e Cidinho Santos (PR-MT), flagrados pedindo a servidores da pasta para favorecer entidades, mas o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), não autorizou mandados contra eles.

Os políticos citados negam envolvimento em ilicitudes.

As investigações da Registro Espúrio remontam a 2016, quando, após o impeachment de Dilma Rousseff, PTB e Solidariedade passaram a controlar o Ministério do Trabalho. A influência da Força Sindical e da UGT passou a ser predominante

Nos governos do PT, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Força Sindical, antes ligada ao PDT, dividiam espaço na pasta. Em 2011, o então ministro pedetista Carlos Lupi pediu demissão em meio a um escândalo que tinha o mesmo enredo: a cobrança de propinas para regularizar sindicatos e favorecer ONGs (organizações não-governamentais). Lupi sempre negou envolvimento em corrupção.

 

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https://www.osul.com.br/a-policia-federal-suspeitou-de-150-sindicatos-brasileiros-e-criou-um-e-mail-para-receber-denuncias/ A Polícia Federal suspeita de 150 sindicatos brasileiros e criou um e-mail para receber denúncias 2018-06-15
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