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Brasil A Polícia Federal tem indícios de que o dinheiro do tráfico foi usado por políticos brasileiros

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Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, é apontado como um dos maiores traficantes internacionais de drogas da América do Sul. (Foto: PF/Divulgação)

A PF (Polícia Federal) tem indícios de uma possível conexão entre políticos brasileiros e o traficante Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, preso no dia 1º de julho de 2017, em Mato Grosso, que é apontado como um dos maiores traficantes internacionais de drogas da América do Sul, com negócios em dezenas de países. A ligação apareceu com o doleiro Carlos Alexandre de Souza, o “Ceará”, preso nesta terça-feira (15) durante a Operação Efeito Dominó, que investiga lavagem de dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas. Segundo as investigações, dinheiro obtido pelo traficante, repassado ao doleiro, estaria sendo usado no pagamento de propina a políticos.

“O que nós temos até agora são apenas indícios. Só poderemos confirmar essas informações no decorrer das investigações”, afirmou o delegado Elvis Secco, que coordenou a prisão de Cabeça Branca e foi responsável por parte importante da operação deflagrada nesta terça.

Até ser preso ano passado, Cabeça Branca comandou por mais de duas décadas um esquema de tráfico internacional de drogas responsável por abastecer mensalmente pelo menos cinco toneladas de cocaína, com alto grau de pureza, países na Europa, na África e nos Estados Unidos. No Brasil, o traficante seria o principal fomentador da guerra travada entre quadrilhas rivais de criminosos no Rio e em São Paulo, fornecendo cocaína mais barata e sem tanta pureza para bandidos ligados às maiores facções do País.

Em mais de 20 anos de atividades no crime, a PF estima que ele tenha reunido uma fortuna em bens que chegariam a pelo menos US$ 100 milhões (cerca de R$ 325 milhões) e movimentado uma cifra superior a R$ 1,2 bilhão.

Valores que transformam Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, bandidos classificados como barões das drogas no continente, como criminosos pés-de-chinelo. Não há nenhum criminoso do mesmo nível de Cabeça Branca sendo procurado pela Polícia Federal no momento.

Segundo o delegado Elvis Secco, atualmente nos Estados Unidos investigando um braço da quadrilha do traficante, Cabeça Branca teria usado cerca de 200 nomes (entre pessoas físicas e jurídicas) para lavar cerca de R$ 100 milhões entre 2014 e 2017, apenas no Mato Grosso.

“Sabemos que os políticos estavam usando dinheiro do tráfico para pagar propina. O que estamos verificando é se eles sabiam”, afirmou Secco.

Oito pessoas foram presas na operação desta terça-feira. Entre os presos estão dois doleiros já conhecidos pela PF — um deles alvo da Lava-Jato e outro, da Operação Farol da Colina. O doleiro Carlos Alexandre, o Ceará, que já foi alvo da Lava-Jato, retomou suas atividades ilegais mesmo após ter firmado acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria Geral da República) e depois homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Tanto a PGR quando o STF serão comunicados sobre a prisão dele para avaliar quanto a quebra do acordo.

A Efeito Dominó é um desdobramento da Operação Spectrum, que desarticulou a quadrilha chefiada por Cabeça Branca. Nesta terça-feira, cerca de 90 agentes cumpriram 26 ordens judiciais — 18 mandados de busca e apreensão, cinco mandados de prisão preventiva e três mandados de prisão temporária.

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