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Brasil A presença de sobreviventes sob os escombros do prédio que desabou em São Paulo é improvável, diz o Corpo de Bombeiros

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O edifício era ocupado por sem-teto. (Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas)

Após mais de 48 horas do incêndio e desabamento do antigo prédio da PF (Polícia Federal) no largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, os bombeiros mudaram a estratégia de operação nos escombros e consideram muito improvável encontrar pessoas ainda com vida. “Não digo impossível porque sempre há esperança, mas é muito improvável. São condições incompatíveis com a vida”, disse o capitão Robson Mitsuo, que anunciou a decisão do Corpo de Bombeiros.

O desabamento em si, a temperatura de mais de 600ºC, e o tempo passado desde o início da ocorrência foram determinantes para a decisão das equipes sobre a mudança de operação. Os bombeiros chegaram a considerar a possibilidade de haver bolsões vitais no subsolo do edifício, mas ela foi descartada após buscas das equipes por meio de um acesso aberto a partir do prédio vizinho ao desmoronamento.

Os trabalhos continuam com o uso de maquinário pesado, com o intuito de agilizar a remoção dos escombros. Prossegue também o resfriamento da estrutura, que ainda apresenta focos de incêndio, além da atenção visual à presença de possíveis vítimas. “A qualquer sinal, as máquinas vão parar e serão feitas buscas manuais e com cães farejadores”, completou Mitsuo.

Cerca de 78 agentes e diversas viaturas, incluindo retroescavadora, trator e martelete permanecem na área do desmoronamento, realizando trabalhos em três frentes: busca e salvamento, rescaldo do incêndio e liberação de via. Os escombros somam cinco andares de altura.

O prazo de 48 horas segue um protocolo estabelecido internacionalmente para buscas. Os bombeiros dizem que até uma semana depois é possível encontrar possíveis sobreviventes, mas a possibilidade é drasticamente reduzida após o prazo protocolar.

O outro prédio atingido parcialmente pelo incêndio segue sob monitoramento, por meio de detectores de movimento que acusam qualquer sinal de deslocamento na estrutura. A prefeitura de São Paulo trabalha com o número de quatro desaparecidos: Ricardo, conhecido como “Tatuagem”, e uma mulher, Selma, e seus dois filhos.

No largo do Paissandu, dezenas de pessoas que moravam na ocupação continuam acampadas. Movimentos populares e religiosos estiveram presentes na praça para entregar doações aos acampados, entre roupas e alimentos prontos para consumo, como sopas.

Fumaça

Moradores de prédios vizinhos também sofreram o impacto da queda do edifício Wilton Paes de Almeida, ocorrida na madrugada de terça-feira (1º). Alguns também tiveram que deixar as suas casas, enquanto outros sofrem com a fumaça deixada pela tragédia.

A aposentada Edna Marta Nobre, 57 anos, viu o prédio desabar da janela de casa, de madrugada. Os vidros do seu apartamento ficaram pelando, e ela precisou colocar um ventilador voltado para a janela para tentar amenizar o calor.

A casa foi invadida por fumaça desde o início do incêndio. Na quarta-feira (03), Edna mantinha as janelas fechadas. A sua filha, Maria Izabel, 10 anos, segurava um paninho no rosto para respirar e tossia. A família chegou a arrumar documentos e roupas para evacuar o prédio, mas não foi necessário.

Já em outro prédio vizinho, os moradores precisaram deixar suas casas e passaram a madrugada na rua. Um deles, o comerciante Fernando Cruz Costa, 55 anos, disse que desceu correndo do prédio, junto com a esposa, para ver o que estava acontecendo. Ele também é dono de uma perfumaria, de frente para o local do incêndio, que foi fechada pelos bombeiros.

“Nem entrei lá porque não me deixaram chegar perto. Não sei o estado do estoque, se está tudo destruído ou se as coisas se salvaram”, disse. Moradores de prédios interditados do largo reclamam que não foram atendidos pela assistência social. Segundo um dos moradores, são cerca de 135 famílias. “Desde o incêndio, estou dormindo com a minha esposa e três crianças no carro. Tem gente dormindo na rua”, afirmou o engenheiro Guilhermo Salazar, 40 anos.

Ele disse que os moradores querem um hotel para que possam passar as noites. “Não vamos para abrigo, não tem condições. A assistência social disse que nem sabia sobre nós. Só interditaram os prédios, mas não fizeram um cadastro dos moradores”, afirmou.

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https://www.osul.com.br/a-presenca-de-sobreviventes-sob-os-escombros-do-predio-que-desabou-em-sao-paulo-e-improvavel-diz-o-corpo-de-bombeiros/ A presença de sobreviventes sob os escombros do prédio que desabou em São Paulo é improvável, diz o Corpo de Bombeiros 2018-05-03
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