Quarta-feira, 17 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 9 de outubro de 2018
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), disse nesta terça-feira (9) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao candidato do partido a presidente, Fernando Haddad, faça campanha em vez de visitá-lo.
Haddad visitou Lula na segunda-feira (8), um dia depois do primeiro turno, no qual obteve 31,2 milhões de votos (29,2% dos votos válidos), atrás de Jair Bolsonaro (PL), com 49,2 milhões (46,2%), com quem disputará o segundo turno no próximo dia 28.
Lula está preso no prédio da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 7 de abril. Ele cumpre pena após ter sido condenado, em segunda instância, no processo do triplex do Guarujá.
Desde o início da campanha eleitoral, Haddad tem feito visitas ao ex-presidente às segundas-feiras.
No primeiro turno, ele foi criticado por adversários – entre os quais Bolsonaro – por se reunir semanalmente com Lula, padrinho político e de quem herdou a candidatura depois que o Tribunal Superior Eleitoral vetou a postulação do ex-presidente com base na Lei da Ficha Limpa.
Segundo Gleisi, o período do segundo turno é curto, e, por isso, o candidato deve aproveitar os dias para se dedicar às atividades eleitorais.
Ela deu entrevista para a imprensa em um hotel em São Paulo, onde a executiva do PT, Haddad e aliados passaram o dia reunidos discutindo estratégias.
“Ele [Lula] mandou um recado para mim: ‘Manda o Haddad fazer campanha. Não precisa mais vir aqui’. Nós estamos com um curto espaço de tempo. Só tem mais 2 semanas. Nós temos que aproveitar as próximas semanas, as próximas duas segundas-feiras para que a gente faça campanha, faça as conversas que a gente tem que fazer e ganhe essa eleição'”, afirmou Gleisi ao relatar o recado do ex-presidente.
Haddad disputa a Presidência com o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Na votação do primeiro turno, o petista teve 29% dos votos válidos, enquanto o adversário teve 46%.
Mais cedo, Haddad também falou com a imprensa durante um intervalo da reunião do PT. Ele comentou propostas de seu programa e afirmou que eleitores não podem ser “covardemente atacados” por causa de opiniões políticas.
Em pronunciamento no domingo, após a confirmação do resultado, Haddad agradeceu nominalmente o ex-presidente. “Eu queria antes de mais nada agradecer a presença de vocês, à minha família, ao meu partido e a sua maior liderança, o presidente Lula”, falou o presidenciável no início de seu discurso.
Haddad disse esperar um segundo turno “mais civilizado” e fez acenos a Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB), seus ex-companheiros de Esplanada no governo do então presidente Lula. “Eu tenho o maior respeito pelos que concorreram no primeiro turno, sobretudo aqueles com quem eu trabalhei. Trabalhei com Marina, com Ciro, com o Meirelles no governo Lula. Tenho o maior respeito e admiração pelo trabalho que eles realizaram.”
“Queremos unir os democratas do Brasil, os que têm atenção aos mais pobres. Queremos um projeto amplo para o Brasil, mas que busque justiça social”, afirmou.