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Por Redação O Sul | 23 de maio de 2018
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15), considerado a prévia da inflação oficial do País, desacelerou de 0,21% em abril para 0,14% em maio, conforme os dados divulgados nesta quarta-feira (23) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“Essa foi a menor taxa para um mês de maio desde o ano 2000, quando o índice registrou 0,09%”, destacou o IBGE. No acumulado no ano até maio, o IPCA-15 ficou em 1,23%, o menor nível para o período desde a implantação do Plano Real, em 1994. Em 12 meses, a variação é de 2,70%, ficando abaixo dos 2,80% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores e ainda abaixo do piso da meta do Banco Central, que é de 3%.
Etanol e passagens aéreas
Segundo o IBGE, o preço da gasolina subiu 0,81% na passagem de abril para maio, mas o grupo Transportes registrou deflação de 0,35% no período, em razão das quedas nos itens etanol (-5,17%) e passagem aérea (-14,94%).
Segundo o IBGE, esses dois itens contribuíram com -0,05 ponto percentual para o resultado do IPCA-15, representando “o impacto negativo mais intenso sobre o índice do mês”. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, outros dois também apresentaram deflação: alimentação e bebidas (-0,05%) e artigos de residência (-0,11%).
Veja as variações dos grupos pesquisados: Comunicação, 0,14%; Alimentação e Bebidas, -0,05%; Habitação, 0,45%; Artigos de Residência, -0,11%; Vestuário, 0,52%; Transportes, -0,35%; Saúde e Cuidados Pessoais, 0,76%; Despesas Pessoais, 0,14%; e Educação, 0,11%.
Índices regionais
Quanto aos índices regionais, a Região Metropolitana de São Paulo registrou deflação (-0,19%), favorecida pela quedas nos itens etanol (-5,56%) e passagem aérea (-28,39%). As regiões do Rio de Janeiro e Goiânia também registraram variação negativa no mês. Já a Região Metropolitana de Salvador apresentou a maior inflação no mês (0,77%), influenciada pela energia elétrica (15,47%), devido ao reajuste de 16,95% nas tarifas em vigor desde 22 de abril, e da cebola, que registrou alta de 44,84%.
Meta de inflação
Na terça-feira (22), o Ministério do Planejamento reduziu de 3,64% para 3,11% a projeção de inflação neste ano. Se confirmado, o resultado ficará abaixo do centro da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 4,5% em 2018, com intervalo de tolerância entre 3% e 6%. A meta de inflação oficial é fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a Selic (taxa básica de juros da economia), atualmente em 6,5% ao ano.
Metodologia
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 14 de abril a 15 de maio e comparados com aqueles vigentes de 16 de março a 13 de abril de 2018. O indicador refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.