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Por Redação O Sul | 21 de dezembro de 2018
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15), considerado uma prévia da inflação oficial do País, variou -0,16% em dezembro, ante 0,19% no mês anterior. Esse é o menor resultado mensal desde julho de 2017 e o mais baixo para dezembro desde a implantação do Plano Real, em 1994.
Dessa forma, o IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado, fechou o ano de 2018 em 3,86%, bem abaixo dos 4,39% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em dezembro de 2017, a taxa foi de 0,35%. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (21).
Grupos
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, quatro apresentaram deflação de novembro para dezembro: Transportes (-0,93%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,58%), Habitação (-0,52%) e Comunicação (-0,07%). No lado das altas, o destaque ficou com o grupo Alimentação e Bebidas (0,35%), que apresentou o maior impacto positivo no índice do mês, com 0,08 ponto percentual (p.p.). Os demais grupos variaram entre os índices de 0,02% de Educação e de 0,44% de Artigos de Residência.
O grupo dos Transportes teve a maior queda (-0,93%) e o maior impacto (-0,18 p.p.) no mês de dezembro, principalmente por conta da redução nos preços da gasolina (-5,47%). Esse combustível foi o responsável pelo maior impacto individual no índice do mês, com -0,26 p.p.
Todas as áreas pesquisadas apresentaram queda de preços, ficando entre os -8,90% registrados em Salvador e os -3,02% de Fortaleza. Além da gasolina, o etanol e o óleo diesel também caíram em dezembro (-3,00% e -1,93%, respectivamente). Já as passagens aéreas subiram 29,61%, sendo o maior impacto individual positivo no IPCA-15 de dezembro (0,11 p.p).
Em Saúde e Cuidados Pessoais (-0,58%), destacam-se as quedas nos preços dos itens de higiene pessoal (-4,46%), especialmente produtos para pele (-9,90%), perfumes (-7,13%) e artigos de maquiagem (-6,93%).
O resultado do grupo Habitação (-0,52%) foi influenciado pela queda no item energia elétrica (-3,61%), segundo maior impacto negativo no índice do mês (-0,14 p.p). Após a vigência, em novembro, da bandeira tarifária amarela, que adiciona R$ 0,01 a cada kwh consumido, passou a vigorar, a partir de 1° de dezembro, a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz.
Em Porto Alegre (-2,50%), houve reajuste médio de 8,34% na tarifa do kwh em uma das concessionárias pesquisadas, em vigor desde 22 de novembro. Ainda no grupo Habitação, o item gás de botijão, que havia apresentado queda de 0,37% no IPCA-15 de novembro, registrou alta de 1,62%. No dia 6 de novembro, passou a vigorar o reajuste de 8,53% no preço do gás de botijão de 13 kg nas refinarias, conforme anunciado pela Petrobras.
A variação na taxa de água e esgoto (0,24%) refere-se ao reajuste de 6,04% no valor das tarifas no Rio de Janeiro (2,42%), a partir de 1º de dezembro. O item gás encanado (1,49%), por sua vez, reflete o reajuste de 4,61%, também no Rio de Janeiro (2,84%), a partir de 1º de novembro.
A queda de 0,07% na Comunicação foi influenciada, principalmente, pela redução no item aparelho telefônico (-1,89%). No item correio (-1,15%), houve reajuste nas tarifas dos serviços postais, a partir de 9 de novembro, e suspensão da cobrança de R$ 3 por entrega no Rio de Janeiro, a partir do dia 16 de novembro.
O grupo Alimentação e Bebidas, que havia subido 0,54% em novembro, desacelerou para 0,35% por conta da alimentação no domicílio, que registrou 0,22% em dezembro, após a alta de 0,85% do mês anterior.
Esse resultado foi influenciado por uma queda mais acentuada nos preços do leite longa vida (de -3,74% em novembro para -10,39% em dezembro) e pelas quedas em itens como arroz (-0,84%), farinha de mandioca (-2,47%) e alho (-3,38%). Por outro lado, cebola (34,16%), batata-inglesa (17,80%), tomate (8,37%) e carnes (0,92%) seguem com preços em alta.
A alimentação fora, por sua vez, acelerou de novembro para dezembro (de -0,01% para 0,58%), com destaque para as altas na refeição (0,67%) e no lanche (0,57%). No mês anterior, ambas haviam apresentado queda (-0,05% e -0,33%, respectivamente).
Quanto aos índices regionais, quase todas as áreas pesquisadas tiveram deflação em dezembro. A exceção foi Belém (0,27%), cujo resultado deveu-se especialmente às altas em passagem aérea (31,12%), tomate (27,06%) e açaí (12,86%). O menor índice (-0,30%) foi o de Brasília, com as quedas nos preços da gasolina (-8,75%) e dos itens de higiene pessoal (-5,08%).