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Geral A primeira-ministra da Nova Zelândia e o seu marido dividem a licença-maternidade: seis semanas após dar à luz, ela volta ao trabalho e ele fica em casa

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O casal Jacinda Ardern e Clarke Gayford com a bebê recém-nascida. (Foto: Reprodução/Instagram/JacindaArdern)

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, de 37 anos, já fez história ao se tornar a mais jovem mulher a governar um país em todo o mundo. Na última quinta-feira (21), ela deu à luz uma menina. Antes dela, apenas a ex-premier do Paquistão Benazir Bhutto havia se tornado mãe enquanto ocupava o posto, em 1990. Pelas redes sociais, Jacinda publicou uma foto com o bebê, ao lado do marido, o apresentador de TV Clarke Gayford.

O nascimento da filha de Jacinda está carregado de simbolismo, mesmo para a Nova Zelândia, um dos países mais progressistas em relação aos direitos das mulheres. A licença-maternidade será de apenas seis semanas. Após esse período, será o pai quem ficará em casa cuidando do bebê, mostrando ao mundo que as mulheres não precisam sacrificar suas carreiras para se tornarem mães. E entre seus planos de governo está o ambicioso objetivo de eliminar a diferença salarial entre homens e mulheres.

O período de seis semanas de licença maternidade não é comum na Nova Zelândia, onde apenas 61% das mulheres retornam ao trabalho dentro de um ano após darem à luz. Além disso, em média as mulheres têm corte salarial de 4,4% após se tornarem mães, enquanto homens veem pouca mudança em seus salários, segundo estudo publicado por um instituto de pesquisas econômicas do país, no mês passado.

“Nós fomos o primeiro país onde as mulheres lutaram e conquistaram o direito ao voto, então eu não vejo nenhuma razão para não continuarmos sendo líderes”, afirmou Julie Anne Genter, ministra para as Mulheres. “O novo governo tem demonstrado um compromisso real em priorizar a igualdade de gênero, porque é a coisa certa a ser feita.”

Campanha eleitoral

O casal descobriu a gravidez em 13 de outubro do ano passado, apenas duas semanas antes da posse de Jacinda. Durante o período eleitoral, ela foi questionada em duas oportunidades por entrevistadores sobre seus planos de ter filhos. Um deles, Mark Richardson, perguntou se seria aceitável para a líder do país entrar em licença-maternidade, e disse que a maioria dos empregadores iria querer saber os planos de engravidar e tirar licença de suas trabalhadoras. Jacinda não evitou responder, mas ressaltou que na Nova Zelândia a discriminação no trabalho por gravidez é ilegal.

“Para outras mulheres, é totalmente inaceitável em 2017 dizer que mulheres devem ter de responder a esta pergunta no ambiente de trabalho”, afirmou, na época. “Isso é inaceitável.”

Apesar da polêmica, o Partido Trabalhista, liderado por Jacinda, foi o mais votado no último pleito, conquistando 46 cadeiras no Parlamento. Para formar maioria, foi costurado um acordo com o Partido Verde e com o nacionalista Nova Zelândia Primeiro, comandado pelo vice-primeiro-ministro, Winston Peters, que assume o governo durante a licença da premier.

Jacinda se manteve na função até os últimos dias da gravidez. No início desta semana, ela ainda estava no Parlamento. Em todo o país, o clima era de ansiedade, já que a premier é bastante popular, sobretudo entre a parcela mais jovem da sociedade. Em frente ao Hospital Auckland City, emissoras de TV montaram equipes para transmissão ao vivo do evento que atrai mais a atenção do público neozelandês que o Mundial, que ocorre na Rússia.

Em artigo publicado recentemente no jornal britânico “The Guardian”, Helen Clark, primeira-ministra da Nova Zelândia entre 1999 e 2008, parabenizou Jacinda, por ela mostrar que “não existem portas fechadas para as mulheres”. E também elogiou Clarke, por mostrar aos homens que eles podem assumir os cuidados com os bebês para que suas companheiras sigam suas carreiras.

“Na minha visão, a Nova Zelândia está mostrando que nenhuma porta está fechada para as mulheres, que ter um bebê enquanto primeira-ministra pode ser gerenciado, e que é aceitável que os homens sejam cuidadores em tempo integral”, escreveu Helen.

“Num mundo onde ainda existem muitos países que continuam com leis, políticas e práticas discriminatórias contra as mulheres, a mensagem da Nova Zelândia é de esperança — de que as mulheres podem romper todas as barreiras, como Jacinda Ardern fez”.

 

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