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Por Redação O Sul | 14 de junho de 2018
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu nesta quinta-feira (14) a prorrogação por mais 60 dias de inquérito que investiga o presidente Michel Temer por conta das delações premiadas de ex-executivos da Odebrecht. Também são investigados os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia).
O parecer foi encaminhado ao relator da Operação Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz Edson Fachin. Caberá a ele decidir se a investigação será ou não prorrogada.
Procuradas, as assessorias do Palácio do Planalto e do ministro Eliseu Padilha informaram que não irão comentar o pedido.
O caso se refere a um jantar no Palácio do Jaburu em maio de 2014, em que se teria acertado o repasse ilícito de R$ 10 milhões ao MDB. De acordo os delatores da Odebrecht, teriam participado da reunião Eliseu Padilha, o então presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, o ex-executivo Cláudio Melo Filho, e o então vice-presidente Michel Temer.
De acordo com o depoimento de Cláudio Melo Filho ao MPF (Ministério Público Federal), no encontro, Temer pediu “direta e pessoalmente” a Marcelo Odebrecht apoio financeiro para as campanhas do MDB em 2014.
O repasse do dinheiro, segundo depoimentos dos delatores da Odebrecht, seria uma forma de pagar pelos interesses da empresa atendidos pela Secretaria de Aviação Civil, comandada entre 2013 e 2015 por Eliseu Padilha e Moreira Franco, hoje secretário-geral da Presidência da República.
Sobre esse assunto, o presidente já admitiu que houve o jantar, mas sempre disse que não falaram de valores. Quando este depoimento se tornou conhecido, o Palácio do Planalto divulgou nota informando que o presidente Michel Temer “repudia com veemência” o conteúdo da delação de Melo Filho.
Polícia Federal
Em maio, a PF (Polícia Federal) já havia pedido mais 60 dias para concluir o inquérito que investiga o presidente Michel Temer e os ministros Padilha e Moreira Franco.
O pedido foi enviado ao ministro Edson Fachin, do STF, relator do caso na Corte.
Embora o inquérito tenha sido aberto em março do ano passado, Temer só foi incluído entre os investigados em março deste ano.
Além deste inquérito, Temer é alvo de outra investigação em andamento no Supremo: a que apura o suposto pagamento de propina na edição do decreto dos portos.
A suspeita é que, ao editar o decreto, no ano passado, Temer beneficiou a Rodrimar, que atua no porto de Santos (SP). Temer e a empresa negam.