Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de abril de 2019
O grupo BRAMON (Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros) registrou a entrada de um bólido, ou seja, um meteoro de grande porte em chamas, no céu do Rio Grande do Sul, na madrugada da última sexta-feira (12).
O clarão, provocado pela combustão do objeto em alta velocidade na atmosfera, pôde ser visto inclusive em uma imagem de um satélite meteorológico. O fenômeno não é incomum, mas as imagens chamaram a atenção da BRAMON e de entusiastas da astronomia na internet.
O clarão gerado por ele foi registrado em outras cinco estações da BRAMON e também pelo satélite meteorológico GOES-16.
Esses objetos, em sua maioria, após entrarem na atmosfera, são inteiramente consumidos pela combustão. Quando algum resquício sólido chega ao chão, recebe o nome de meteorito.
Análise
Após análise das imagens registradas pelas estações CFJ2/RS e JJS1/SC, concluiu-se que o meteoroide, pesando entre 6.3 e 16 kg, atingiu a atmosfera da Terra sobre o Oceano Atlântico, a a uma velocidade de 33,95 km/s, ou seja, 122.200 km/h. O objeto foi totalmente consumido em sua passagem atmosférica até atingir a altitude de 36.83 km, a cerca de 145 km da costa do Rio Grande do Sul.
Este é o 4° grande meteoro analisado pela BRAMON nos últimos 30 dias apenas no Brasil. No dia 24 de março, houve um grande bólido registrado no final da tarde na costa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Um vídeo gravado em Imbituba (SC), a partir da varanda de um apartamento, possui claras referências que permitiram calcular corretamente os parâmetros da passagem do meteoro. Entretanto um outro vídeo, gravado em Florianópolis, na praia da Joaquina, não tem tantas referências. Ainda sim, o BRAMON conseguiu extrair dados de azimute e elevação para os pontos iniciais e final do bólido, evidentemente que com uma margem de erro maior, mas que nos permitiu calcular a trajetória e confirmar que o clarão observado no satélite GOES – 16 tratava-se realmente do bólido.
Depois de analisar as imagens de satélite, a professora Dra. Rachel Albrecht do Departamento de Ciências Atmosféricas do IAG/USP, informou que não haviam no local nuvens capazes de gerar descargas elétricas e confirmou que o flash só poderia ser gerado pela passagem de um meteoro pela atmosfera.
No dia seguinte, um outro meteoro foi registrado no interior de Santa Catarina e no dia 3 deste mês, um grande bólido foi flagrado no interior de Minas Gerais.