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Armando Burd A QUESTÃO DA LETRA FINAL

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Aparicio Torelly

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

A dúvida sobre o uso de presidente ou presidenta não surgiu há pouco.

A 5 de janeiro de 1946, a Folha da Manhã, de São Paulo, publicou que as preocupações do Ministério da Fazenda por um momento se concentraram em decidir se devia dizer “o oficial administrativo Zizita” ou “a oficial administrativa Zizita”.

O assunto constou da coluna de Aparicio Torelly, o Barão de Itararé, jornalista, escritor e pioneiro no humorismo político, que nasceu em Rio Grande, no ano de 1895, e fez carreira no Centro do País.

O Barão narrou:

“O Sr. Paulo das Liras, poeta, como o nome indica, elaborou um parecer substancioso, aprovado pelo ex-ministro Costa do Castelo, examinando a situação não só daquela funcionária como de outras pessoas, e até de animais, inclusive o elefante ou a elefante e “a pulga” ou “o pulga”. Faremos uma condensação dessa peça literária brilhante e barata, já que foi publicada de graça no Diário Oficial.

Seguiu o Barão:

“O Sr. Lira acentuou que os cargos e funções públicos, hoje acessíveis a homens e mulheres, pertencem, em princípio, ao gênero masculino e sustentou a grande importância (enquanto milhões de homens morriam nos campos de batalha) de eliminar as dúvidas, zelando pelas normas atinentes ao uso, ao bom gosto e à própria disciplina da língua”.

Adiante, detalhou:

“O parecer apresenta vários argumentos de natureza filológica. Em certo ponto, a formação de feminino de algumas palavras, como “infante”, “infanta”, “parente”, parenta”. Menciona também “presidente” e “presidenta”, dizendo que este último possui algo de caricatural ou pejorativo, esquecendo-se do sucedâneo “primeira dama”.

Concluiu o parecer:

“A indagação do sexo, para determinação do gênero lógico é secundária no caso. O gênero gramatical prevalece. Pulga é feminino sem a menor considera do verdadeiro sexo do animal.”

O parecer, aprovado pelo ministro da Fazenda, fez muito sucesso.”

Em 2011, a discussão sobre o tema voltou e vai se estender até 2018.

 

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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