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Colunistas A racionalidade é uma pretensão humana?

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Incidente acabou rendendo ao candidato uma ampla exposição na TV. (Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Era praticamente uma unanimidade passiva. Como quem atuou por pouco menos de 20 anos na vida pública e dela se afastou (vou avisando logo: sem ser condenado, nem sentenciado, nem processado, nem indiciado, portanto, ficha limpa antes dela existir) por livre e espontânea vontade, tendo sido secretário de Estado, deputado federal, Senador da Republica e duas vezes Ministro, sou alvo de costumeiras perguntas: “O que o senhor acha dessa eleição? Quem lhe parece que vai ganhar? O senhor já definiu o seu voto? Pode revelar? Ou é segredo por que ainda pode mudar?”.

Esse tipo de indagação é feita por mais moços e menos moços; por partidários e por descompromissados de filiação; por homens e por mulheres; por atuantes no ambiente partidário e por aqueles que deixaram a política e não mostram interesse nem com a proximidade das eleições etc etc. Para eles, o tema está num arquivo quase morto de sua memória, desclassificando o ao elaborar a lista das suas prioridades pessoais. De qualquer maneira parecia que, com a definição do quem é quem (isto é, deliberado, pela Justiça Eleitoral, quem é e quem não é – ou não pode ser – candidato), a cessão de espaço no rádio e na TV aberta para os partidos políticos e seus candidatos, na chamada propaganda eleitoral, eletrônica e gratuita (gratuita é uma mentira: as emissoras que, por lei, tem de ceder seu espaço. São recompensadas pelo abatimento no Imposto de Renda que estariam obrigados pagar). Estava iniciada na prática a campanha. Falo, voltado unicamente para a campanha presidencial, posto que, num país onde Poder mesmo é o Executivo, que pode quase tudo e, quando não pode, edita uma medida provisória, desrespeitando até a Constituição, e se apropriando, depois de certo tempo, por usucapião de competência que não era sua.

De qualquer maneira, tormentos e tormentas, com o surgimento para a vida pública de siglas que só não tem filiados, muito menos eleitores mas tem estatuto registrado e algum deputado “baixo clero” que aderiu para adonar-se, mercantilmente, da legenda, celebram-se coligações, muitas vezes do nada com a coisa nenhuma. São trinta e cinco (35) partidos – faz de conta que a gente acredita e a Justiça também – na sua maioria verdadeiras “corretoras” de espaço (quem sabe mais apropriado) chama-las imobiliárias públicas que administram a comercialização do precioso tempo de propaganda, em nome de uma parceria que não leva em conta na sua formação qualquer afinidade. Forma-se uma coligação “fantoche”, sem princípios ideológicos sem a identidade do candidato e, muito menos compromissos com políticos públicos.

Enfim, com todas essas peculiaridades – é mais elegante chama-las assim – houve etapas vencidas, produzindo resultados na pré-campanha que, se fora na Fórmula Um, valeria para definir a colocação do candidato no grid de largada.

O aguardo do resultado das primeiras pesquisas gera ansiosa espera semanal dos candidatos que, na baixa, dizem que nelas não acreditam, quando, na verdade dobram a ansiedade esperando pela próxima; na alta, reproduzem, com alto falantes poderosos o resultado favorável, destacando a seriedade e a confiabilidade da consulta que, atestaria antecipadamente a sua (dele, candidato) vitorioso.

Assim marchou esse jogo de freios e contrapesos de uma campanha, aqui no Brasil, na prática, o primeiro, nas pesquisas, tinha fundados impedimentos que o inabilitavam a concorrer. De qualquer maneira, com recursos sobre recursos. Proporcionou-se a venda de ilusão e de interesses no intuito de negar o obvio. Prorrogaram – numa auto enganosa – estratégia de morte (com parcial ressurreição anunciada), celebrada num enterro de luxo, com um “coveiro” (ficha um na fila) e até moça suplente tinha e tem que findou agora. E acabou-se o sonho ou o pesadelo (mais provável) do Lula “ficha suja” candidato. Neste momento, chegou a hora de o PT, já com atraso, botar seu possível time em campo.

Do outro lado, numa versão oficiosa, sob possível (diria mais: provável) demência, um crente religioso, que poderia ser – ou não? – de esquerda, apunhala o candidato Bolsonaro, com a fúria de quem quer assassinar a democracia. Independente de gostar, ou não, do candidato, não há dúvida de que ele foi vítima da insegurança em que vivemos e do radicalismo do “nós contra eles”, da inexistência do diálogo, inclusive quando e por isso mesmo – imprescindível se assegurar o contraditório.

Lula definitivamente fora – condenado, na cadeia – e Bolsonaro, ferido, parcialmente incapacitado, gerou, como efeito imediato, o passar a régua no processo e entender que o recentemente ocorrido é tão forte que o que iria suceder – bastante presumível – é “bola ao centro”, que um novo jogo vai já começou. Índices de pesquisa a favor, números de rejeição contra, conceitos radicais e agressões incontroladas, vai tudo para o baú dos esquecidos.

Ganhará quem, ante o novo contexto e a reviravolta que dele ocorre, saiba harmonizar-se e humanizar-se, transitando pela estrada de curvas da sensibilidade das ruas, sentir com a vontade do povo, que pode não ter partido (mas tem) e terá querer.

Entende-lo, antecipadamente, será encontrar o fruto de onde se extrai a poção mágica da vitória, não de uma pessoa, mas de uma causa.

EPISÓDIO BOLSONARO

Importante é respeitarmos o cidadão e orienta-lo para que, conscientemente, se possa respeitar.

Apunhalar Bolsonaro, ferindo o mais elementar do Direito, o direito a vida, sangrando as liberdades civis é apunhalar, covardemente um pouco de cada um do cidadão brasileiro.

Campanha eleitoral pode – e deve – ser disputa de programas, batalha de ideias, guerra de conceitos. Tentar calar o candidato Bolsonaro, matando-o, é prova de que a racionalidade é apenas uma pretensão e não um ingrediente constante da espécie humana.

Longe de ser uma garantia que todos os descendentes “homem de NEANDERTHAL” dela disporiam, por isso, concordo com Lawerence quando diz: a vida de uma pessoa – há quem diga – pode não valer nada; mas não há nada que valha a vida de uma pessoa.

 

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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https://www.osul.com.br/a-racionalidade-e-uma-pretensao-humana/ A racionalidade é uma pretensão humana? 2018-09-22
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