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Colunistas A renovação do Brasil

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Cálculo considera as despesas informadas ao TSE e o número de votos de cada senador nestas eleições. (Foto: Ana Volpe/Agência Senado)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

As eleições de 2018 proporcionaram fortes alterações no Congresso Nacional. Analisar essas alterações de forma lógica nos permite ter uma ideia do que pode vir pela frente e compreender alguns dos principais anseios da sociedade.

A renovação no Senado neste ano foi de dois terços das cadeiras, ou seja, 54 candidatos. Ao compararmos os resultados atuais com os de 2010, perceberemos uma tendência de descentralização e diminuição de poder dos grandes e velhos partidos. Enquanto em 2010 havia 15 partidos representados no Senado, em 2018 esse número subiu para 20. Apesar de continuar com o maior número de representantes totais e eleitos, o MDB teve seu número de senadores reduzido em cerca de 36%. O PT, que em 2010 havia eleito 11 candidatos, agora fez apenas quatro, o que indica forte desapontamento com o partido por parte daqueles que não são militantes. A grande “surpresa” foi a Rede, de Marina Silva, com cinco senadores, indicando que, apesar do desempenho caótico da candidata, o discurso de diálogo, respeito e nova política pode funcionar. A “varredura” de 23 senadores investigados na Lava-Jato comprova a grande preocupação da população com a corrupção no País.

Apesar de contarem com a utilização da máquina pública para se perpetuarem no poder e continuarem elegendo a maioria dos candidatos, a tendência de decadência dos partidos tradicionais se mantém na Câmara. As reduções de cadeiras ocupadas por PT, MDB e PSDB de 2010 para 2018 foram respectivamente de 36%, 56% e 46%. Os três juntos perderam exatos cem representantes no congresso. Além disso, o índice de renovação da Câmara foi de 47,37%, ou seja, 243 deputados de primeiro mandato (federal). Isso reafirma o forte descontentamento da população com a “velha política”. O PSL, partido pouco relevante até então, teve 52 deputados eleitos e se consolidou, assim como no Executivo, como a grande oposição ao PT, tomando o lugar que outrora fora ocupado pelo PSDB. Além disso, o salto de 120% da chamada “bancada da bala” escancara a grande preocupação da população com a questão da segurança.

Para saber se essas modificações serão boas ou ruins de fato, teremos de esperar os votos, propostas e discursos dos congressistas. Algumas das alterações mencionadas e ocorridas me agradam, outras nem um pouco. No entanto, a combinação de descentralização do poder, o enfraquecimento de partidos corruptos (principalmente o PT) e o ingresso de oito deputados do Partido Novo na Câmara me deixam esperançosa. Não só com relação ao que será feito, mas também com relação a uma possível mudança de mentalidade por parte da população.

Victoria Jardim, engenheira e associada do IEE

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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