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Brasil A retratação recente de duas personalidades públicas brasileiras que afirmavam ter passagens acadêmicas pela Universidade Harvard colocou em xeque currículos criados pelos próprios usuários

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Governador do Rio fez um novo teste para Covid-19 no dia 24 de abril. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Duas personalidades públicas brasileiras que afirmavam ter passagens acadêmicas pela Universidade Harvard (EUA) —o que não era verdade— se retrataram recentemente, colocando em xeque o uso de informações sem verificação de currículos criados pelos próprios usuários, como Lattes e LinkedIn. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

No dia 14 de maio, o Estado de S.Paulo revelou que a química premiada Joana D’Arc Félix não tinha pós-doutorado na renomada universidade norte-americana como afirmava em seu currículo (e em sucessivas entrevistas). Na quarta-feira (22) foi a vez do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, excluir do seu currículo o trecho que trazia a informação de que ele havia feito parte de um doutorado também em Harvard —o que não aconteceu.

Os currículos acadêmicos no Brasil, como de Félix e de Witzel, disponibilizados na chamada plataforma Lattes, são autoinformados pelos usuários. Isso significa que os próprios profissionais preenchem as informações sobre cursos, publicações científicas, patentes e prêmios que tenham recebido.

A mesma coisa acontece com o LinkedIn, rede social que reúne currículos de profissionais de todo o mundo. Também lá, são os usuários que preenchem informações sobre cursos e experiências profissionais pregressas em seus perfis criados apenas a partir de nome, email e CPF.

Nos dois currículos públicos, no entanto, não há verificação das informações. Ou seja: o usuário pode simplesmente mentir.

Em 2016, um teste criado pelo jornal, que classifica as instituições de ensino superior do País, estudou usar dados das bases do LinkedIn e do Lattes para avaliar a trajetória de quem tem um diploma universitário no Brasil.

O teste é produzido desde 2012 a partir de dados de bases nacionais e internacionais, informações oficiais de agências de fomento à ciência estaduais e federais e pesquisas de opinião do Datafolha.

Uma das ideias era verificar no LinkedIn e no Lattes a empregabilidade dos usuários de acordo com seu curso e instituição de ensino superior. Ou seja: a ideia era saber quais cursos de quais instituições tinham mais egressos em posição de destaque.

Testes aleatórios no LinkedIn mostraram informações equivocadas fornecidas pelos usuários. Alguns profissionais que apontavam determinadas escolas renomadas como sua formação principal (de graduação ou de pós-graduação), na verdade, tinham feito cursos rápidos naquelas escolas que sequer fornecem titulação. O Lattes apresentou problemas parecidos.

A publicação não conseguiu contato com a assessoria de imprensa do CNPq, que abriga a plataforma Lattes.

Já a assessoria de imprensa do LinkedIn afirmou “não possui ferramentas que verifiquem automaticamente as informações que os usuários incluem em seus perfis” (só no Brasil são 38 milhões de usuários).

Disse ainda que os usuários concordam em não “criar uma identidade falsa no LinkedIn, publicar informações incorretas no seu perfil, criar um perfil de usuário para alguém que não seja você (uma pessoa física), ou utilizar ou tentar utilizar a conta de outra pessoa”. Os usuários do Lattes também se comprometem a disponibilizar informações fidedignas em seus perfis.

Quem pretende usar os dados de currículos públicos para tomar uma decisão, como um empregador, por exemplo, pode solicitar comprovações das informações apresentadas pelos usuários.

Isso é prática comum nas agências de fomento à ciência e nas instituições públicas de ensino e de pesquisa brasileiras (por exemplo, em concursos públicos ou em promoções de cargo). Nesses processos, os cientistas devem comprovar sua produção intelectual apresentada no Lattes por meio, por exemplo, de cartas de aceites de estudos científicos, certificados de participação em congressos e diplomas originais.

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